quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

EDSON VIEIRA E SEU GRUPO DEIXAM EVIDENTE RUPTURA COM O CLÃ DOS COELHOS

Edson Vieira voltou à Assembleia Legislativa de Pernambuco em meio a uma reconfiguração política que chamou a atenção de todos que acompanham os bastidores do poder no estado. Com o afastamento de Antônio Coelho para assumir a Secretaria de Turismo e Lazer do Recife, o deputado do União Brasil retomou seu lugar no plenário, mas o retorno não veio sem sinais de mudanças significativas no jogo político. A relação entre Vieira e o clã dos Coelhos, que outrora parecia sólida, agora apresenta fissuras claras, marcadas por um distanciamento que deixou dúvidas sobre o que o futuro reserva para ambas as partes.

O movimento mais recente que escancarou essa distância foi a decisão de Edson Vieira de integrar a base da governadora Raquel Lyra, afastando-se da esfera de influência dos Coelhos. A efetivação de seu mandato com a vitória de Cleber Chaparral na Prefeitura de Surubim apenas consolidou esse alinhamento, sinalizando que Vieira está disposto a trilhar um caminho independente, mesmo que isso signifique romper laços com antigos aliados. A declaração pública do deputado, de que soube do retorno de Antônio Coelho à Alepe apenas pela imprensa, reforçou as especulações sobre um afastamento que parece mais do que circunstancial.

Ao mesmo tempo, Antônio Coelho, agora novamente no comando da Secretaria de Turismo e Lazer, desempenhou um papel crucial na eleição da mesa diretora da Alepe, garantindo a vitória de Francismar Pontes para a primeira secretaria. O ato não só consolidou sua influência política, mas também revelou os contornos de uma articulação que pode ser interpretada como um reposicionamento estratégico do grupo. Com uma provável candidatura de João Campos ao governo estadual em 2026, o movimento dos Coelhos para se alinhar a esse projeto sugere um reposicionamento no tabuleiro político, enquanto Vieira aposta na liderança de Raquel Lyra.

A ruptura, no entanto, não é isenta de nuances. A história recente dos dois lados ainda carrega memórias de colaborações significativas, como a candidatura de Alessandra Vieira como vice de Miguel Coelho em 2022. O que poderia ter sido um indicativo de continuidade agora se transforma em um capítulo de divergências. As razões exatas para o afastamento ainda não foram declaradas, mas o impacto já é evidente, criando um cenário em que estratégias políticas e interesses pessoais se entrelaçam em uma dança de reaproximações improváveis e distâncias calculadas.

Edson Vieira, ao que tudo indica, se prepara para disputar a reeleição em um campo político redesenhado, onde caminhará ao lado da governadora e contra o que já foi um pilar de sua trajetória recente. Enquanto isso, o grupo dos Coelhos segue com suas articulações, mirando horizontes mais amplos e apostando em um protagonismo renovado. O desfecho dessa trama ainda está longe de ser claro, mas cada movimento dos seus protagonistas traz novas peças para um quebra-cabeça político que promete redefinir alianças e adversidades no cenário pernambucano.

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