quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

FRANCISMAR IRONIZA SILENO, ELE COMANDA O PSB "CNPJ" DO QUAL NÃO FAÇO PARTE

A eleição de Francismar Pontes para a primeira-secretaria da Assembleia Legislativa de Pernambuco revelou um jogo político que vai além das aparências e das alianças formais. O parlamentar, filiado ao PSB, conquistou a vaga com expressiva votação, mas não sem causar movimentações internas no partido e questionar as hierarquias estabelecidas. Sua vitória, segundo ele mesmo, foi reflexo de uma convivência próxima com os colegas, somada ao apoio estratégico de forças externas, como a bancada do PP, liderada pelo deputado federal Eduardo da Fonte.  

Francismar fez questão de pontuar que o PSB que o apoia é diferente daquele representado por Sileno Guedes, líder da legenda na Alepe, que declarou apoio a Gustavo Gouveia (SD). Com tom de ironia e firmeza, ele afirmou que o “PSB dele era dos deputados presentes, não do CNPJ”. Essa divisão ficou evidente durante a campanha, quando a orientação da bancada foi confrontada pela força do voto secreto. Para Francismar, ninguém pode governar o voto de um deputado, muito menos submetê-lo a diretrizes que não condizem com sua autonomia.  

O apoio de Eduardo da Fonte foi destacado como peça-chave na vitória. Segundo Francismar, os oito parlamentares do PP ofereceram suporte integral à sua candidatura, consolidando uma base sólida e demonstrando o peso estratégico que alianças interpartidárias podem ter dentro de um processo eleitoral interno. Essa articulação foi fundamental para equilibrar as tensões e superar as adversidades impostas pelo embate com a liderança do próprio partido.  

Sobre a relação com o prefeito do Recife, João Campos, o deputado adotou um discurso conciliador, mas também pragmático. Ele interpretou o distanciamento de João como uma ação política estratégica, que buscava evitar a inclusão da governadora Raquel Lyra na disputa. Para Francismar, não houve abandono, mas sim a compreensão de um jogo político onde cada movimento carrega implicações mais amplas.

Na gestão da primeira-secretaria, Francismar promete imprimir um estilo diferente, focado na humanização e na construção de relações sólidas com todos os parlamentares e servidores da Casa. Ele ressaltou a necessidade de sair do campo pessoal e destacou que a Assembleia Legislativa pertence ao povo e não a indivíduos. A expectativa é por uma administração que reforce a cooperação e o diálogo, evitando personalismos e fortalecendo o papel institucional da Assembleia.  

Ao longo da disputa, Francismar soube utilizar o discurso do voto secreto como arma para desconstruir as imposições partidárias, apresentando-se como um candidato do diálogo e da articulação política direta. Sua vitória é um reflexo de sua capacidade de transitar entre diferentes esferas do poder, conquistando apoios e construindo uma narrativa que o posicionou como uma alternativa viável e independente, mesmo em meio às complexidades da política interna do PSB.

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