domingo, 15 de dezembro de 2024

JUSTIÇA PERNAMBUCANA ARQUIVA INVESTIGAÇÕES CONTRA GUSTTAVO LIMA

A investigação que envolveu o cantor Gusttavo Lima e a empresa de apostas eletrônicas Vai de Bet por suspeita de lavagem de dinheiro foi arquivada, conforme decisão da Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco. O inquérito fazia parte da Operação Integration, que apura possíveis atividades ilícitas em empresas do setor de apostas online. A decisão encerra uma série de desdobramentos judiciais e discordâncias entre os agentes envolvidos no processo.

O arquivamento foi solicitado inicialmente pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Pernambuco, mas enfrentou resistência por parte da juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, que havia optado por remeter o caso à Procuradoria Geral de Justiça para uma análise mais aprofundada. A magistrada argumentava que a complexidade das transações financeiras e as conexões entre as partes investigadas justificavam a continuidade das apurações. 

Norma Mendonça de Galvão Carvalho, subprocuradora-geral do Ministério Público pernambucano, revisou o caso e decidiu pelo arquivamento em relação a Gusttavo Lima e à Vai de Bet. Em sua análise, a subprocuradora destacou a ausência de justa causa para o prosseguimento da ação penal, ressaltando a falta de indícios mínimos de autoria ou provas da materialidade delitiva. Ao mesmo tempo, enfatizou a necessidade de seguir investigando outros aspectos da operação, especialmente relacionados à Esportes da Sorte, empresa do empresário Darwin Henrique da Silva Filho, e à Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos, que atua como intermediadora de pagamentos no setor.

A operação identificou transações suspeitas envolvendo a Esportes da Sorte e a Vai de Bet, particularmente no que diz respeito à venda de uma aeronave que pertencia a Gusttavo Lima. No entanto, o Ministério Público concluiu que não há evidências de ligação entre as atividades financeiras dessas empresas, além da transação pontual envolvendo o avião. A sede da Vai de Bet, localizada na Paraíba, motivou o envio da documentação da operação para o Ministério Público daquele estado, que deverá conduzir novas investigações.

A defesa de Gusttavo Lima declarou receber a decisão com serenidade, aguardando o arquivamento definitivo do inquérito. Já a Vai de Bet, em nota, expressou confiança na Justiça e celebrou o desfecho, reiterando a fragilidade das acusações iniciais. A empresa também destacou sua convicção de que as apurações continuarão a esclarecer quaisquer dúvidas remanescentes.

Por outro lado, o foco das investigações se mantém sobre Darwin Henrique da Silva Filho, suas empresas e a Zelu Brasil. A subprocuradora-geral recomendou a continuidade das diligências, incluindo a quebra de sigilos bancário e fiscal, reforçando os indícios de práticas empresariais ilícitas. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) havia identificado movimentações financeiras atípicas entre as empresas, reforçando a necessidade de aprofundamento das apurações.

A Operação Integration, conduzida pela Polícia Civil de Pernambuco, é uma das principais ações de combate à lavagem de dinheiro no país, mirando atividades suspeitas no mercado de apostas eletrônicas. Durante as investigações, outras figuras públicas, como a influenciadora digital Deolane Bezerra, também foram implicadas. O caso de Gusttavo Lima, no entanto, encerra-se sem a comprovação de qualquer envolvimento ilícito, marcando um ponto de alívio para o cantor e seus representantes legais.

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