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domingo, 15 de dezembro de 2024

"PARTIDO SEM ALMA" DIZ BIVAR SOBRE O UNIÃO BRASIL

Luciano Bivar não esconde a decepção com os rumos do União Brasil, partido ao qual ainda é filiado, mas que, segundo ele, perdeu os valores que justificavam sua existência. A declaração veio à tona após a Operação Overclean expor um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que atingiu em cheio a cúpula da legenda. O caso trouxe à tona denúncias de desvios de recursos públicos e fraudes em licitações, envolvendo membros de alto escalão do partido, incluindo o empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo da Bahia”. Moura é proprietário de uma empresa com contratos volumosos em Salvador e outras cidades administradas por prefeitos do União Brasil.

Com a Operação Overclean, as autoridades cumpriram 43 mandados de busca e apreensão, 17 de prisão preventiva e ordens de sequestro de bens em cinco estados. Entre os alvos, a Coordenadoria Estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas na Bahia despontou como peça central no esquema. A rede de corrupção, composta por empresários e agentes públicos, movimentava milhões de reais, desviando recursos e maculando órgãos importantes da administração pública.

Em entrevista à CNN Brasil, Bivar demonstrou indignação ao falar sobre o impacto das revelações na imagem de seu partido. Para ele, o União Brasil tornou-se uma organização dominada por interesses escusos, distante de qualquer projeto idealista. Suas palavras refletem uma desilusão profunda, destacando que a legenda, hoje, está nas mãos de dirigentes voltados exclusivamente para "negociatas". Além do desabafo, Bivar lamentou o atual cenário político e as limitações impostas pelas mazelas da democracia.

As denúncias também acenderam o sinal de alerta sobre as conexões entre o empresário preso e lideranças do União Brasil, incluindo o presidente da legenda, Antônio Rueda, e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Moura, que ocupava cargos estratégicos no partido, aparece no centro de uma teia de interesses políticos e financeiros que expõe a fragilidade ética de uma sigla que, segundo Bivar, já não possui alma nem ideais. A Operação Overclean não apenas coloca em xeque a integridade do partido, mas também abre uma nova discussão sobre a necessidade de uma reforma profunda no sistema político brasileiro.

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