A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), confirmou mais uma vez que o Metrô do Recife passará a ter sua operação realizada pela iniciativa privada, com o governo estadual já se preparando para assumir o sistema metropolitano, que até hoje esteve sob a gestão federal. A principal questão pendente no momento é a definição sobre quem será responsável pela coordenação da concessão: o governo federal ou o estadual.
De acordo com Raquel Lyra, um encontro entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Casa Civil e o governo de Pernambuco está sendo agendado para que em breve o modelo da futura concessão seja definido. "Já deixamos claro que o governo de Pernambuco topa ser parte da solução do Metrô do Recife, um sistema primordial para a RMR e que não tem mais qualquer previsibilidade, algo fundamental para o serviço de transporte", disse a governadora em entrevista na última sexta-feira (13). Ela ainda completou, destacando que o que ainda não está claro é como se dará a solução financeira e administrativa: se a concessão ficará sob responsabilidade do governo federal ou se o sistema será estadualizado e concedido pelo governo de Pernambuco.
Raquel Lyra afirmou que, uma vez concluído o reestudo do BNDES sobre a modelagem da concessão pública, será definida a quantia que cada um dos governos federal e estadual irá investir no processo. Ela destacou que mais de R$ 3 bilhões são necessários para requalificar o sistema antes de passá-lo para a iniciativa privada. Além disso, será necessário um subsídio público de R$ 180 milhões a R$ 200 milhões. "Estamos vendo exatamente que parte fica com quem", comentou a governadora.
Em paralelo, o governo federal já havia confirmado, em outubro, a intenção de conceder à iniciativa privada a operação do Metrô do Recife, um sistema que há quase dez anos sofre com a falta de recursos mínimos para sua operação, e que nos últimos seis anos tem enfrentado graves dificuldades. A Casa Civil da Presidência da República explicou, em resposta oficial à Coluna Mobilidade, que o objetivo do projeto é a concessão da prestação dos serviços de trens de passageiros. O escopo do projeto inclui reformas, atualizações e modernização da infraestrutura e equipamentos do sistema, além da operação dos serviços, por meio de um contrato de parceria de 30 anos.
O governo federal também justificou a decisão de conceder o Metrô à iniciativa privada com a promessa de melhorar a infraestrutura e a qualidade do serviço para os usuários. Atualmente, o sistema opera com intervalos de até 20 minutos entre os trens, o que se torna ainda mais crítico nos horários de pico, quando o intervalo pode superar os 10 minutos. Além disso, os trens são antigos, com problemas de sucateamento e a refrigeração não é mais suficiente. Como resultado, os usuários enfrentam longas viagens em condições precárias e pagam uma tarifa de R$ 4,25, mais alta do que a tarifa dos ônibus, que é de R$ 4,10.
Em relação às tarifas, a Casa Civil garantiu que o projeto de concessão prevê a manutenção do valor da passagem para os usuários. O objetivo é que as cerca de 335 mil pessoas (segundo dados da União, mas estimativas da CBTU-Recife indicam que seriam cerca de 200 mil) que utilizam o sistema de transporte diário experimentem uma melhoria na qualidade de vida, com menos tempo de deslocamento, maior segurança e maior regularidade no serviço.
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