O Hospital da Criança do Recife, anunciado como uma das maiores realizações da gestão de João Campos, entrou no centro de uma investigação conduzida pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). A construção, avaliada em R$ 116 milhões, foi alvo de um relatório técnico que apontou indícios de superfaturamento na ordem de R$ 7 milhões. A situação levou o Departamento de Controle Externo da Infraestrutura do tribunal a solicitar, na última sexta-feira, o bloqueio de R$ 7,8 milhões dos cofres da Prefeitura do Recife, valor correspondente a 6% do contrato.
A análise sobre o caso foi direcionada ao conselheiro Marcos Loreto, figura de notável proximidade com a família Campos. Indicado ao TCE-PE pelo ex-governador Eduardo Campos, pai do atual prefeito, Loreto também é primo de Renata Campos, mãe de João, o que coloca a apuração sob atenção redobrada. Em paralelo à tramitação do processo, a Prefeitura do Recife se pronunciou, destacando que todos os contratos foram firmados seguindo os preceitos legais e administrativos, com foco na economicidade.
Previsto inicialmente para abrir as portas ainda em dezembro deste ano, o Hospital da Criança do Recife teve sua inauguração adiada para o primeiro semestre de 2025. Com uma estrutura projetada para atender crianças e adolescentes de até 17 anos, o equipamento público será instalado em um terreno de quase 20 mil m² e contará com 60 leitos, entre enfermarias e terapia intensiva. Além disso, a unidade deverá realizar cerca de 8,8 mil procedimentos mensais, incluindo consultas e pequenas cirurgias, dividindo o espaço com o Centro Especializado de Reabilitação.
Enquanto a gestão municipal sustenta a regularidade do processo, o andamento das investigações promete colocar o futuro do projeto e a própria reputação da gestão João Campos em evidência.
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