A 125ª Zona Eleitoral de Condado se encontra diante de um processo que pode abalar as estruturas da representatividade política local. Uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), movida pelo vereador Moisés Freitas, questiona a legalidade da candidatura de Luciana Maria da Silva, que concorreu pelo partido Mobilização Nacional (PMN) nas eleições de 2024. A denúncia aponta para uma suposta fraude relacionada à cota de gênero, que, se confirmada, poderá invalidar o mandato de Junior de Aritana, eleito com 672 votos pelo mesmo partido.
De acordo com a investigação, Luciana Maria teria sido registrada como candidata sem a intenção genuína de disputar o cargo, apenas para atender às exigências legais de proporção de gênero nas chapas. Dados apresentados sugerem inconsistências preocupantes, como o endereço informado em seu registro eleitoral, que seria, na verdade, um estabelecimento comercial denominado "Empório e Cachaçaria da Lú". Além disso, sua presença nas redes sociais exibe sinais de abandono, com atualizações datadas de 2020, o que reforça a tese de que não houve campanha ativa.
Outro ponto que complica a situação é o vínculo entre Luciana Maria e o candidato Dr. Valney, que também disputou uma vaga no Legislativo pelo Partido Liberal (PL). Apesar de apresentarem estados civis diferentes na documentação eleitoral — ela como solteira e ele como divorciado —, imagens em redes sociais sugerem uma relação conjugal entre os dois. Ambos obtiveram o mesmo número de votos: três. Essa ligação, conforme os documentos anexados à AIJE, levanta dúvidas sobre a autenticidade das candidaturas e possíveis articulações políticas para maquiar irregularidades na composição da chapa.
As suspeitas não recaem apenas sobre os candidatos, mas também sobre membros da executiva do PMN, acusados de conivência em estratégias para burlar a legislação eleitoral. A denúncia inclui capturas de tela de redes sociais, documentos oficiais e outros elementos que reforçam a argumentação do vereador Moisés Freitas.
Enquanto a Justiça Eleitoral avalia o pedido de tutela antecipada para aprofundar as investigações, o caso segue em tramitação. Se as irregularidades forem confirmadas, as consequências poderão ir além da anulação do mandato de Junior de Aritana. Todos os envolvidos correm o risco de enfrentar sanções, incluindo a inelegibilidade, o que poderá alterar significativamente a composição da Câmara Municipal de Condado.
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