domingo, 26 de janeiro de 2025

A NOVA MESA DA CÂMARA FEDERAL

A eleição da nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados está marcada para 1º de fevereiro, com a sessão preparatória prevista para começar às 16h. Os candidatos têm até as 13h30 do mesmo dia para oficializarem suas candidaturas. O pleito definirá os ocupantes dos onze cargos que compõem a direção da Casa pelos próximos dois anos, incluindo o presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes.

Entre os favoritos à presidência está Hugo Motta, deputado federal pelo Republicanos da Paraíba, que desponta com o apoio do governo, da maioria dos partidos e da articulação do atual presidente da Câmara, Arthur Lira. A candidatura de Motta conta com a adesão de legendas como Republicanos, PL, PP, PT, União Brasil, PSD e MDB, consolidando uma chapa que parece preservar a estrutura partidária da gestão atual. Apenas o Psol e o Novo decidiram se posicionar contra a composição, que reforça o alinhamento entre as grandes forças do parlamento.

Na outra ponta da disputa, o Pastor Henrique Vieira, do Psol do Rio de Janeiro, se apresenta como alternativa, buscando representar setores críticos ao governo e à liderança dominante na Casa. Sua candidatura, entretanto, enfrenta desafios expressivos diante do amplo apoio já assegurado a Hugo Motta.

A composição da chapa majoritária avança, com Altineu Côrtes, líder do PL, sendo o principal nome para ocupar a 1ª vice-presidência. Esse movimento reflete um acordo político que envolveu as lideranças da sigla, mesmo diante das resistências iniciais da ala mais radical do partido. A 2ª vice-presidência deve ser assumida por Lula da Fonte, deputado pernambucano que segue os passos de seu pai, Eduardo da Fonte, e que é uma indicação natural dentro do PP. Já a 1ª secretaria, espaço estratégico para o controle administrativo da Câmara, deverá ficar com o PT, que indicou o nome de Carlos Veras, deputado pernambucano com trajetória consolidada na defesa de pautas trabalhistas e sociais.

As definições das demais secretarias seguem em negociação, com disputas internas nas bancadas do MDB, União Brasil e PSD. No MDB, a deputada Simone Marquetto pleiteia um espaço na Mesa Diretora com a defesa de maior representação feminina. Outros nomes, como Carlos Chiodini e Sérgio Souza, também manifestaram interesse, mas o partido ainda não oficializou sua escolha. No União Brasil, a decisão será tomada em votação interna, enquanto no PSD os nomes para a 3ª secretaria seguem indefinidos.

Em meio às articulações, o debate sobre critérios como proporcionalidade e prioridades das legendas permeia as negociações. Enquanto alguns parlamentares ponderam o impacto de integrar a Mesa Diretora sobre suas atuações em comissões temáticas, como é o caso de Zacharias Calil, do União Brasil, outros enxergam na ocupação de cargos estratégicos uma oportunidade de ampliar sua influência dentro da Câmara.

Com as articulações em curso e a proximidade da data limite para registro das candidaturas, a disputa pela Mesa Diretora expõe os alinhamentos e tensões que moldam o cenário político brasileiro. A definição final dos nomes representará não apenas a composição administrativa da Câmara, mas também os rumos das negociações legislativas para o próximo biênio.

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