A discussão sobre o futuro do saneamento em Pernambuco encontrou mais um capítulo nesta quinta-feira, 16 de janeiro de 2025, em Caruaru, no Agreste, com a realização da segunda audiência pública para debater a concessão parcial dos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto. No auditório da Secretaria de Educação de Caruaru, representantes de diversos segmentos da sociedade se reuniram para compreender as nuances do projeto que pode redefinir a relação entre o poder público e a iniciativa privada nesse setor essencial.
O evento, promovido pela Microrregião de Água e Esgoto RMR-Pajeú, abriu espaço para o diálogo entre líderes comunitários, sindicatos, parlamentares e gestores municipais, em um esforço conjunto para explorar os desafios e as possibilidades da proposta. O debate seguiu o propósito de construir uma visão compartilhada sobre os caminhos necessários para enfrentar o déficit estrutural de R$ 35 bilhões, valor considerado indispensável para a universalização do saneamento no estado.
Rodrigo Ribeiro, secretário de Projetos Estratégicos, destacou que o modelo proposto busca equilibrar a gestão pública com o aporte financeiro da iniciativa privada, de forma a assegurar maior eficiência na execução dos serviços. O cenário atual, segundo ele, impõe limites ao endividamento do Estado, tornando essencial a busca por parcerias para suprir as lacunas. Com contratos moldados para garantir segurança e transparência, a proposta vem sendo apresentada como uma alternativa indispensável para atender as necessidades da população em um prazo factível.
No âmbito técnico, o secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo, reforçou a premissa de que, em um estado onde a escassez de água é uma realidade recorrente, a dependência exclusiva de recursos públicos não se mostra sustentável. Segundo ele, o plano de concessão parcial foi desenhado para preservar a força da Compesa enquanto instituição pública, ao mesmo tempo em que se conecta a novos investimentos privados, fundamentais para atender a crescente demanda da população.
A condução do diálogo ficou a cargo de Artur Coutinho, secretário-geral das Microrregiões de Água e Esgoto, que ressaltou o valor de um processo de escuta regionalizada. Para ele, as audiências públicas desempenham um papel estratégico ao permitir que lideranças locais, gestores municipais e a população em geral tenham acesso às modelagens e planejamentos desenvolvidos ao longo dos últimos dois anos em parceria com o BNDES.
A dinâmica do encontro refletiu o compromisso de fortalecer o envolvimento coletivo no desenho das futuras concessões. As etapas seguintes incluem mais três audiências públicas, em Petrolina, Salgueiro e Serra Talhada, permitindo que os debates ganhem profundidade em diferentes contextos do estado. Além disso, a possibilidade de acompanhar os eventos em tempo real pela internet e consultar os documentos no site oficial reforça a intenção de manter o processo acessível e transparente até o dia 7 de fevereiro.
Com o fim de mais uma etapa, o projeto avança em direção à conclusão de um modelo de gestão que promete redefinir o cenário do saneamento em Pernambuco, buscando equilibrar interesses e atender as expectativas da sociedade.
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