segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

CRESCE REPROVAÇÃO DO GOVERNO LULA

A saída de Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação do governo federal, ocorrida em 14 de janeiro, trouxe expectativas de ajustes na percepção pública sobre a gestão de Lula, mas os números mostram que a mudança ainda não surtiu efeito positivo. Desde que Sidônio Palmeira assumiu o comando da Secom, a aprovação do presidente continua em queda, apontando uma tendência negativa que já vinha sendo registrada anteriormente. Pesquisa Genial/Quaest revelou que, entre dezembro e janeiro, a aprovação do presidente recuou de 52% para 47%, enquanto a desaprovação avançou de 47% para 49%. A avaliação negativa do governo subiu de 31% para 37% no mesmo período.

O cenário se torna mais delicado ao observar a perda de apoio em regiões estratégicas, como o Nordeste, onde a aprovação ao governo caiu quase 10 pontos em apenas um mês. No Sul, a redução foi de sete pontos, marcando o pior resultado registrado em ambas as regiões desde o início da gestão. O impacto também foi significativo entre eleitores de baixa renda, com queda de sete pontos, e entre os de renda média, com redução de cinco pontos. O governo federal enfrenta ainda a percepção crescente de que o país segue em direção errada, com 50% dos entrevistados compartilhando dessa visão, frente a 46% no mês anterior. Além disso, 65% consideram que Lula não tem cumprido suas promessas, aumento de cinco pontos em relação ao último levantamento.

A crise do monitoramento do Pix se destacou como o episódio mais prejudicial ao governo no período, sendo mencionada espontaneamente por 11% dos participantes da pesquisa. Quando questionados diretamente, 66% afirmaram que o governo errou mais do que acertou ao lidar com a polêmica. A percepção econômica geral também continua negativa, com apenas 25% dos entrevistados reconhecendo melhorias na economia ao longo do último ano. O aumento no preço dos alimentos aparece como fator determinante para essa avaliação, com 83% relatando alta nos preços no último mês, maior índice já registrado na série histórica.

Medidas cogitadas pelo governo para amenizar o impacto da inflação alimentar, como mudanças no sistema de validade dos alimentos, foram amplamente rejeitadas pela população, com 63% manifestando-se contrários à ideia. Esse posicionamento reflete o desapontamento com ações que, ao invés de melhorar a situação, geram reação adversa. Os dados indicam que a comunicação, mesmo após mudanças no comando da Secom, não tem sido suficiente para reverter os indicadores negativos, e o desafio agora envolve não apenas estratégias comunicativas, mas também ajustes na política e na gestão para alinhar a mensagem à realidade enfrentada pelos brasileiros.

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