NA LUPA 🔎
BLOG DO EDNEY
Por Edney Souto
BOTAFOGO DEIXA LEGADO DE ABANDONO E DESCASO EM CARPINA COM CIDADE TOMADA PELO LIXO
Na manhã de quarta-feira (1), Carpina, localizada no coração da Mata Norte pernambucana, amanheceu em um estado que beira a calamidade pública. O cenário de descaso ficou evidente com as ruas tomadas por montanhas de lixo e entulhos acumulados, reflexo direto do abandono da administração do ex-prefeito Manoel Botafogo. A falta de coleta de resíduos durante os últimos dias de seu mandato foi agravada pelo não pagamento à empresa responsável pelo serviço, expondo a total desorganização da gestão anterior.
Nos bairros mais populosos, como Santo Antônio e Três Marias, moradores convivem diariamente com o mau cheiro, a proliferação de ratos, baratas e mosquitos, e o aumento do risco de doenças, como leptospirose e dengue. “Não é apenas um problema estético, é um problema de saúde pública. Não sabemos mais onde colocar o lixo porque as calçadas estão tomadas. Isso é um absurdo”, desabafou um morador.
A indignação cresce à medida que as semanas passam sem uma solução definitiva. “Durante anos, a cidade foi conhecida por sua limpeza e organização. Hoje, somos motivo de vergonha e preocupação. É revoltante ver o que fizeram com Carpina”, lamentou uma comerciante que tem visto o movimento de clientes cair devido ao mau cheiro nos arredores de seu estabelecimento.
A crise no atendimento à saúde: Unidade Mista em ruínas
Se as ruas de Carpina já expõem um retrato do descaso, a situação da Unidade Mista de Saúde, principal hospital da cidade, reforça a gravidade do abandono da administração anterior. Pacientes, familiares e profissionais de saúde enfrentam uma realidade alarmante: instalações sucateadas, infiltrações, banheiros interditados e equipamentos quebrados.
Os relatos dos moradores são carregados de frustração e revolta. “Minha mãe é idosa e depende de atendimento frequente. Chegamos aqui e nos deparamos com banheiros sem condições de uso, cadeiras quebradas na recepção e médicos sobrecarregados que fazem o possível com o pouco que têm. Isso é desumano”, relatou uma moradora do bairro São José.
Além das condições estruturais, a falta de insumos básicos, como luvas, gazes e medicamentos, tornou-se recorrente. “É inadmissível que um hospital que atende toda uma cidade esteja funcionando sem materiais essenciais. É um desrespeito com a população que paga seus impostos e depende desse serviço”, afirmou um profissional de saúde que preferiu não se identificar.
As denúncias apontam que o abandono do hospital não foi um problema isolado, mas parte de uma gestão que negligenciou os serviços básicos e comprometeu diretamente a qualidade de vida dos carpinenses.
Eduarda Gouveia: liderando a reconstrução
Diante do cenário desolador, a prefeita eleita e diplomada, Eduarda Gouveia, assumiu um discurso firme e comprometido com a recuperação de Carpina. Em um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, ela fez duras críticas à gestão de Manoel Botafogo, destacando o caos deixado em todas as áreas.
“É inaceitável o que encontramos em Carpina. A cidade foi abandonada, as ruas estão tomadas por lixo, e os prédios públicos estão deteriorados. A população não merece isso. Vamos trabalhar incansavelmente para reverter esse quadro”, declarou a prefeita, com um tom de indignação e determinação.
Eduarda prometeu ações imediatas para limpar as ruas e organizar os serviços básicos. Segundo ela, será montado um mutirão de limpeza urbana, com foco especial nos bairros mais afetados. Além disso, ela destacou que a reestruturação da saúde será prioridade absoluta em seu governo, começando pela reforma da Unidade Mista de Saúde e a regularização do fornecimento de insumos.
“Carpina tem potencial para voltar a ser exemplo na Mata Norte. Mas precisamos trabalhar com planejamento e união. Esse é um compromisso que assumo com cada carpinense”, afirmou a prefeita durante uma reunião com sua equipe de transição.
Os desafios da reconstrução: mais que uma questão administrativa
O desafio de reconstruir Carpina vai muito além das questões emergenciais. A nova gestão enfrentará problemas estruturais deixados pela administração anterior, que vão desde a precariedade dos serviços de saúde e limpeza pública até a deterioração de prédios públicos e escolas municipais.
A prefeita e sua equipe também terão que lidar com o desafio de resgatar a confiança da população, que se sente traída após anos de promessas não cumpridas. Para isso, Eduarda tem buscado aproximar-se da comunidade, ouvindo diretamente as demandas da população em visitas aos bairros e organizando reuniões com lideranças locais.
Entre as prioridades de médio e longo prazo, a gestão planeja implementar projetos de modernização da administração pública, com maior transparência nos contratos e eficiência nos serviços. Além disso, a revitalização dos espaços públicos e a ampliação dos programas sociais serão pontos centrais do governo.
A esperança de um futuro melhor
Enquanto a nova gestão inicia suas primeiras ações, a população de Carpina demonstra uma mistura de expectativas e ceticismo. Muitos veem na eleição de Eduarda Gouveia uma chance real de mudança, mas reconhecem que os desafios são enormes.
“A cidade está destruída, mas acredito que com força de vontade e trabalho sério, podemos reverter esse quadro. Carpina já foi um lugar de orgulho, e tenho esperança de que será de novo”, comentou um morador do bairro Santo Antônio.
Eduarda, por sua vez, reconhece o tamanho da responsabilidade e a necessidade de resultados concretos para resgatar o orgulho de ser carpinense. Em seu discurso de posse, ela reforçou o compromisso com o povo e a determinação de transformar o caos em um exemplo de superação.
“Carpina é uma cidade de história, cultura e força. Vamos reerguê-la com trabalho, respeito e dedicação. Essa é minha promessa, e juntos vamos honrá-la”, concluiu a prefeita, sob aplausos de sua equipe e moradores presentes.
Resiliência e união: os pilares da reconstrução
O futuro de Carpina dependerá da capacidade de sua nova gestão de enfrentar os desafios herdados e da união de sua população para superar esse momento crítico. A cidade, que um dia foi referência na região, agora tem a oportunidade de transformar o descaso em uma história de renascimento e progresso.
O trabalho será árduo, mas, como muitos carpinenses acreditam, a força e a resiliência do povo serão os pilares para que Carpina volte a brilhar no mapa da Mata Norte pernambucana. É isso!
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