quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

NOMES VELHOS E NOVAS OPÇÕES COM MUSEUS DE NOVIDADES NAS ELEIÇÕES DE 2026



Greovário Nicollas.
A escassez de lideranças de grande porte em Pernambuco tem se tornado um tema cada vez mais relevante no cenário político do estado. Nos últimos anos, observa-se uma tendência de repetição de nomes e uma aparente falta de renovação no quadro de candidaturas aos cargos de Governador e Senador. Esse fenômeno, que alguns chamam de "Maria vai com as outras", reflete uma estagnação no surgimento de novas lideranças capazes de mobilizar o eleitorado e trazer propostas inovadoras para os desafios enfrentados pelo estado. As mesmas caras e os mesmos nomes, mostram que não se produz mais líderes com facilidade no meio político. 

Pernambuco, historicamente, foi berço de figuras políticas de grande relevância nacional, como Miguel Arraes e Eduardo Campos, que deixaram um legado significativo na política local e nacional. No entanto, após um período de transição e perdas, o estado parece não ter conseguido consolidar novas lideranças com o mesmo impacto e capacidade de articulação. Isso tem resultado em um cenário onde poucos nomes dominam as discussões eleitorais, muitas vezes sem grandes novidades ou propostas que realmente inspirem a população.
A falta de renovação política pode ser atribuída a diversos fatores. Um deles é a dificuldade de novos talentos emergirem em um ambiente dominado por estruturas partidárias tradicionais e por uma cultura política que, muitas vezes, privilegia a manutenção do status quo. Além disso, a polarização política em nível nacional tem influenciado as eleições estaduais, fazendo com que os partidos se concentrem em nomes já conhecidos e considerados "seguros", em detrimento de apostas em novas lideranças. João Campos e Raquel Lyra e talvez uma candidatura olímpica do PSOL devem enfeitar o cenário de 2026 nas eleições para governador e senador. 
Outro aspecto relevante é a descrença da população em relação à política, que tem levado a um desinteresse generalizado e a uma menor participação nos processos eleitorais. Esse cenário desestimula a entrada de novos atores no jogo político, já que a percepção de que "tudo sempre acaba na mesma" afasta possíveis candidatos que poderiam trazer novas ideias e energias para a política pernambucana.
O resultado dessa escassez de lideranças é um ciclo vicioso: a falta de novidade desmotiva o eleitorado, que por sua vez não pressiona por mudanças, mantendo os mesmos nomes e práticas no poder. Isso limita a capacidade de Pernambuco de avançar em áreas cruciais como educação, saúde, segurança e desenvolvimento econômico, que demandam visões frescas e ações inovadoras. É como
Um “museu de grandes novidades”, que expõe nada de novo. 
Para romper com esse ciclo, é fundamental que haja um esforço conjunto da sociedade civil, dos partidos políticos e das instituições democráticas para fomentar o surgimento de novas lideranças. Isso pode ser feito por meio de programas de formação política, estímulo à participação jovem e maior transparência nos processos eleitorais. Além disso, a população precisa se engajar mais ativamente, cobrando dos candidatos propostas concretas e acompanhando de perto a atuação dos eleitos. Nota-se que o comodismo tomou conta da política pernambucana. 

Enquanto isso não acontecer, Pernambuco continuará limitado a um cenário político previsível e pouco inspirador, onde a eleição de Governadores e Senadores será marcada pela repetição de nomes e pela falta de novidades, tudo no velho e conhecido "Maria vai com as outras". E assim seremos governados pelos mesmos de sempre com raras alterações, mas no mesmo modelo e nos mesmos resultados. É o saldo da descrença política e da falta de visão do eleitor, o grande responsável pela situação. 

*Articulista e Colaborador do Blog do Edney.

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