terça-feira, 21 de janeiro de 2025

O CAMINHO INVERTIDO DE TRUMP REVELA O VIÉS DA POLÍTICA ATUAL

 
Greovário Nicollas.
O comportamento humano frequentemente se revela volúvel, especialmente em contextos onde benefícios imediatos e recordações de ações passadas desempenham papéis cruciais. A ideia de que os homens tendem a lembrar apenas dos benefícios recentes, enquanto ações positivas realizadas ao longo do tempo são rapidamente esquecidas, é um fenômeno comum na percepção social. Isso se torna evidente na política, onde a narrativa e a interpretação das ações governamentais influenciam diretamente a imagem pública de um líder. A máxima de que uma ação negativa seguida de um ato positivo pode redimir a reputação reflete uma visão simplificada, mas eficaz no jogo político. Os homens estão mais acostumados a valorizar aquelas que possuem ampla capacidade de fazer o mal do que os que só fazem o bem. A lógica está invertida, os princípios já não existem e justificam os meios. A máxima de Maquiavel sobrevive e se atualiza. 
O presidente dos EUA, Donald Trump, exemplificou essa mentalidade ao enfatizar a importância de uma comunicação eficaz e a promoção de resultados imediatos, muitas vezes à custa de considerações ambientais e sociais, suspensão de reconhecimento de direitos e retrocessos calculados. Em sua administração, que se inicia, observou-se uma tendência de tratar questões complexas, como o meio ambiente, de maneira fragmentada, focando em ganhos financeiros de curto prazo em detrimento de uma abordagem sustentável e holística. Chocando os desavisados mas mandando uma clara menagem cifrada no estilo maquiavélico de manutenção do poder político. 
Nos próximos anos, o mundo enfrentará um turbilhão de incertezas. À medida que a exploração de recursos naturais continuará a ser priorizada em nome do lucro, corre-se o risco de desconsiderar as consequências a longo prazo dessas ações. O meio ambiente pode ser visto como um recurso a ser explorado, e não como um sistema interconectado que sustenta a vida no planeta. Esse enfoque pode gerar tensões sociais, mudanças climáticas intensificadas e uma crescente desigualdade econômica.
Ainda assim, essa nova geografia política, não há espaço para reflexão consciente. E, esse é o objetivo de Donald Trump. O que é feito agora terá impacto no futuro, e, independentemente de como a narrativa se desenrole, as ações que prejudicam o planeta e as comunidades não poderão ser simplesmente apagadas da memória coletiva. O desafio consistirá em encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a responsabilidade social, reconhecendo que as verdadeiras heranças políticas e sociais são construídas não apenas com promessas de benefícios imediatos, mas com um compromisso sincero e sustentável com o bem-estar de todos. O que a partir de agora, parece estar longe de ser real. 

No fim, somos todos parte desse mesmo mundo, e é a responsabilidade compartilhada que permitirá transformar incertezas em oportunidades de mudança positiva. Porém a sistemática traçada pelo novo Presidente dos Estados Unidos não é novidade. Em sentido que guarda as devidas proporções, já vem sendo praticado em muitos municípios pelo Brasil a fora. A tática e simples, oprimir e amedrontar para ser respeitado e temido, lição infalível de Maquiavel para a manutenção do poder político.

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