quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

PARTE DO PT DEFENDE RAQUEL NO PARTIDO

A movimentação política em Pernambuco tem ganhado contornos cada vez mais intensos com o avanço das negociações em torno da governadora Raquel Lyra. À frente do governo estadual e atualmente filiada ao PSDB, Lyra tem despertado o interesse de diversos partidos, incluindo o PT, que busca fortalecê-la como um potencial nome para reeleição em alinhamento à base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A relação próxima entre Lyra e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vem sendo interpretada como um dos principais pilares dessa articulação, com Rui mantendo conversas que transcendem o âmbito político, explorando uma afinidade pessoal que facilita as negociações.  

Mesmo diante de uma resistência significativa em setores do diretório municipal do PT em Recife, ligados ao prefeito João Campos, a governadora tem encontrado defensores de peso dentro do partido, como o senador Humberto Costa e o deputado estadual João Paulo. Esse apoio interno surge como uma tentativa de suavizar as divisões e criar um ambiente mais favorável para uma possível filiação. O diálogo, contudo, não é desprovido de desafios, já que Campos, que desponta como adversário direto de Lyra, permanece como uma figura central na política local e mantém aliados estratégicos dentro da legenda.  

No cenário estadual, o clima de tensão reflete uma disputa silenciosa por espaços de poder e influência. Campos, ao decidir pela composição de seu governo, concedeu ao PT o controle de duas secretarias e ampliou sua participação em cargos estratégicos. Lyra, por sua vez, encontra uma oportunidade de atrair quadros petistas para o seu secretariado, especialmente com as vagas disponíveis após as exonerações no final do ano passado. Nomes ligados a João Paulo, cotado para a Secretaria de Educação, têm circulado nos bastidores, reforçando o tom das articulações.

No plano nacional, o movimento em torno de Lyra não é novo. Ainda no ano passado, o PSD de Gilberto Kassab havia demonstrado interesse em tê-la como filiada, mas as tratativas acabaram sendo paralisadas diante da possibilidade de uma federação com o PSDB. O convite renovado do PT, no entanto, resgata a possibilidade de mudança, agora com o peso de uma base governista robusta e sob a chancela de Rui Costa. A governadora retorna de férias com a tarefa de equilibrar essas variáveis e definir o caminho que pretende trilhar em meio a um tabuleiro político cada vez mais complexo.  

Enquanto isso, os bastidores fervilham, e as articulações seguem intensas, evidenciando os desdobramentos que podem moldar o futuro político do estado e reposicionar forças em Pernambuco para os próximos anos. 

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