As urnas de 2024 trouxeram um marco histórico para a política de Pernambuco. Pela primeira vez, 14 candidatas e candidatos autodeclarados quilombolas foram eleitos no estado, incluindo 13 vereadores e um vice-prefeito. Esse resultado representa um avanço na representatividade de comunidades tradicionais no cenário político, fruto de uma resolução inédita do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que permitiu aos postulantes registrarem seu pertencimento a comunidades quilombolas durante a candidatura. Essa mudança possibilitou aos eleitores o acesso a informações mais amplas sobre os perfis políticos de seus representantes, consolidando um passo importante na transparência e inclusão.
O município de Tamandaré, no Litoral Sul, destacou-se ao eleger uma vereadora e o único vice-prefeito quilombola do estado. No Agreste, Lagoa dos Gatos também marcou presença ao eleger dois vereadores autodeclarados quilombolas para sua Câmara Municipal. Outros municípios como Ferreiros e Vicência, na Mata Norte, e Bom Conselho, Brejão, Caetés, Pedra e Águas Belas, no Agreste, elegeram um vereador quilombola cada. No Sertão, as cidades de Lagoa Grande, Orocó e Petrolina também deram esse passo, com cada uma elegendo um representante autodeclarado.
O perfil dos eleitos, disponível no Portal de Estatísticas Eleitorais do TSE, revela que 12 dos representantes quilombolas eleitos são homens e duas são mulheres. Essa composição reflete uma conquista significativa para as comunidades quilombolas, que agora contam com maior espaço nas decisões municipais e podem ampliar as pautas de interesse dessas populações nos diferentes territórios do estado.
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