A nova gestão da Prefeitura de Sertânia trouxe à público um levantamento detalhado que expõe o quadro financeiro deixado pela administração anterior, liderada pelo ex-prefeito Ângelo Ferreira. O diagnóstico revelou um endividamento total de R$ 10.691.830,59, configurando um cenário desafiador para a reorganização das contas municipais. Dentre os valores apresentados, destacam-se os R$ 4.919.914,85 em restos a pagar, com R$ 1.037.831,74 referentes a folhas de pagamento em atraso, afetando especialmente os servidores efetivos da Secretaria de Saúde, que ficaram sem receber o salário de dezembro.
O impacto desses débitos vai além das finanças municipais, atingindo diretamente os servidores, em especial os da Saúde, que já enfrentavam a pressão de atuar na linha de frente do atendimento à população. Esse atraso salarial, exposto como uma das principais pendências, reflete uma gestão financeira deficitária que resultou na incapacidade de honrar compromissos básicos.
Diante dessa exposição, o ex-prefeito Ângelo Ferreira utilizou uma live no Instagram para admitir publicamente que os salários de dezembro da Saúde não foram pagos. Em sua declaração, ele atribuiu o não cumprimento à falta de recursos financeiros, afirmando: “A gente não pagou aos funcionários da saúde por absoluta falta de recursos financeiros. Eu queria muito ter pago da Saúde, só que não tinha dinheiro na saúde para saldar essa conta.” Suas palavras reafirmam a dificuldade encontrada nos últimos momentos de sua administração para equilibrar o orçamento, mas também colocam em evidência uma lacuna de planejamento que culminou em tais atrasos.
Além dos restos a pagar, o levantamento aponta débitos previdenciários, valores consignados e precatórios pendentes, compondo uma dívida que se estende a diversos setores e evidencia o tamanho do desafio fiscal para a gestão atual. O passivo apresentado reforça o peso que a nova administração carrega para reorganizar as finanças, restabelecer o equilíbrio orçamentário e recuperar a confiança dos servidores e da população.
A divulgação desses dados pela atual gestão reafirma o compromisso com a transparência, mas também traz à tona as consequências de um modelo de administração que não conseguiu manter a estabilidade financeira. Para os servidores da saúde, que enfrentaram o impacto direto da falta de pagamento, a expectativa é de que medidas concretas sejam adotadas para sanar essas pendências. Enquanto isso, o município se depara com o desafio de reconstruir as bases de sua gestão financeira, em um esforço que requer não apenas ajustes imediatos, mas também um planejamento que garanta sustentabilidade a longo prazo.
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