sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

SEGUEM OS DEBATES E EMBATES INTERNOS DO PT RECIFE

O debate interno no Partido dos Trabalhadores (PT) ganhou um novo capítulo com as declarações do deputado estadual João Paulo (PT), que rebateu as críticas recentes feitas pelo presidente do diretório municipal do Recife, Cirilo Mota. Em um tom contundente, João Paulo contestou a visão de Cirilo sobre sua representatividade no diretório estadual e abordou a suposta impossibilidade de uma aproximação entre o PT e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB). Para o deputado, as declarações do líder municipal não refletem a realidade das decisões partidárias, que são, segundo ele, resultado de um processo coletivo.

João Paulo apontou que Cirilo Mota está equivocado ao minimizar o papel do deputado no cenário estadual e ao insistir que a postura de oposição à governadora seja incontestável. O parlamentar enfatizou que, embora o PT tenha declarado oposição a Raquel Lyra no início de sua gestão, essa postura não tem sido concretizada de forma prática. Ele deixou claro que, no partido, as diretrizes não são determinadas individualmente, nem mesmo pelo presidente Lula, ministros ou outros líderes de destaque. Para João Paulo, insistir em uma oposição explícita que não corresponde à realidade é um equívoco estratégico que deve ser revisado.

Ainda sobre o cenário local, João Paulo desafiou a autoridade de Cirilo Mota ao criticar sua interpretação dos fatos envolvendo o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e o presidente Lula. Para ele, a fala de Cirilo, que associa o encontro de João Campos com Lula a um distanciamento do PT em relação a Raquel Lyra, é improcedente e ultrapassa o limite de sua função no diretório municipal. O deputado foi categórico ao lembrar que o presidente municipal não tem autonomia para falar em nome do diretório nacional e que decisões estratégicas, especialmente sobre alianças futuras, serão tomadas no momento oportuno e dentro do âmbito nacional do partido.

João Paulo também trouxe à tona o histórico de articulações envolvendo João Campos e o senador Humberto Costa (PT). Ele revelou que o prefeito do Recife buscou negociar apoio a sua candidatura ao governo em troca de um compromisso do PT em relação ao Senado. Humberto, por sua vez, teria sido claro ao afirmar que tais definições fazem parte da estratégia nacional do partido e não poderiam ser tratadas isoladamente. Para João Paulo, essa postura reforça a lógica coletiva que rege o PT, deixando evidente que decisões sobre o futuro eleitoral só serão discutidas em 2026, no momento apropriado.

Em meio às divergências, João Paulo reafirmou que nenhuma liderança individual tem o poder de ditar os rumos do partido. Ele destacou que a essência do PT está na construção coletiva de suas decisões, independentemente das diferenças internas ou dos posicionamentos pontuais de seus membros. Para o deputado, o partido é fruto de debates amplos e participativos, nos quais vozes individuais, por mais relevantes que sejam, não têm autoridade absoluta. Essa reafirmação da coletividade no PT, segundo João Paulo, é o que garante a coesão e a força da legenda, mesmo diante de desafios internos e externos.

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