A tragédia que tomou conta da sede da Prefeitura de Osasco na tarde desta segunda-feira expôs, de forma chocante, os conflitos e tensões que podem habitar os bastidores do poder público. Adilson Custódio Moreira, secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano, foi morto a tiros por um guarda civil municipal dentro da Sala Oval, o espaço de reuniões estratégicas.
A cena, que começou como uma reunião para debater melhorias na estrutura da corporação, transformou-se em um cenário de horror. Adilson, um nome consolidado na administração pública de Osasco, com oito anos de serviços prestados, havia sido mantido pelo atual prefeito Gerson Pessoa como parte da continuidade administrativa após a gestão de Rogério Lins. A reunião, marcada para alinhar a segurança no novo governo, teve um desfecho impensável.
As primeiras informações dão conta de que a discussão entre Adilson e o guarda escalou rapidamente. Diante dos olhares incrédulos de outros guardas presentes, o agressor sacou a arma e disparou, encerrando bruscamente a vida de Adilson. Em seguida, o autor do crime trancou-se na Sala Oval, transformando a Prefeitura em um epicentro de tensão. Por duas horas, a negociação comandada pelo Grupo de Operações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar foi o fio que manteve a esperança de uma resolução pacífica. Finalmente, o guarda se entregou e foi levado à delegacia seccional de Osasco, onde será formalmente indiciado.
O choque se espalhou rapidamente pelos corredores da Prefeitura. Os funcionários foram evacuados, enquanto ambulâncias, viaturas policiais e caminhões do Corpo de Bombeiros cercavam o prédio. A segurança do local foi reforçada, mas a sensação de vulnerabilidade pairava no ar.
Adilson, cuja trajetória na administração pública era marcada pelo compromisso com a cidade, deixa um legado interrompido de forma abrupta. A Secretaria da Segurança Pública emitiu nota lamentando profundamente a morte do secretário-adjunto, enquanto exames periciais e registros oficiais seguem em andamento para elucidar o caso.
No entorno da Prefeitura, a população de Osasco acompanha perplexa, os desdobramentos de um episódio que escancarou as fragilidades humanas e institucionais. A cidade amanhecerá nesta terça-feira sob o impacto de uma tragédia que será lembrada como um marco sombrio na história recente de sua administração pública.
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