No Recife, João Campos (PSB) já havia se tornado um rosto associado a operações emergenciais desde seu primeiro mandato, quando as imagens de ruas alagadas, desmoronamentos e famílias sendo resgatadas por botes dominaram o noticiário. Em Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL) também viu de perto a força das águas, herdando um município historicamente vulnerável e com um histórico de problemas estruturais. Agora, menos de um mês após suas posses para novos mandatos, ambos voltam a enfrentar a fúria das chuvas e a pressão popular por soluções que, até agora, parecem insuficientes.
As precipitações dos últimos dias já causaram estragos significativos, com registros de deslizamentos e alagamentos em diversas áreas da capital e cidades vizinhas. Em Camaragibe, município conhecido pela grande quantidade de moradias construídas em encostas, o cenário de risco se concretizou mais uma vez com a confirmação de uma morte. No Recife, duas vidas também foram perdidas, reforçando a vulnerabilidade de muitas comunidades diante das intempéries. As ruas alagadas, os canais transbordando e o desespero de quem vê sua casa sendo invadida pela água ou pela lama se repetem como um ciclo sem solução definitiva.
As ações emergenciais das prefeituras incluem o acionamento de equipes da Defesa Civil, a abertura de abrigos provisórios e a tentativa de desobstrução de canais e galerias, mas os esforços parecem sempre chegar tarde demais ou serem insuficientes diante da magnitude do problema. Moradores de áreas críticas relatam que os pedidos de melhorias e obras estruturais se acumulam sem respostas efetivas, enquanto as promessas de investimentos em macrodrenagem e contenção de encostas ainda estão longe de sair do papel.
A previsão meteorológica ainda aponta para dias de chuva intensa, elevando a preocupação de autoridades e da população. Para os gestores municipais, cada novo episódio de alagamento e deslizamento representa não apenas um teste de capacidade administrativa, mas também uma lembrança constante de que as mesmas cenas continuarão a se repetir enquanto soluções definitivas não forem implementadas.
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