sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

BLOCO SEM TERRA, A LUTA E A RESISTÊNCIA GANHAM FREVO NO PÉ NAS RUAS DE OLINDA

Nas ruas do Recife, onde o frevo pulsa no compasso da história e da resistência, o Bloco Sem Terra se prepara para mais um desfile que é, ao mesmo tempo, folia e militância. No dia 03 de março, segunda-feira de Carnaval, o bloco do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) completa 25 anos de tradição, levando para os festejos uma bandeira que não se dobra às injustiças. Neste ano, o tema que guia a festa é um grito de recusa: “Sem anistia: pela taxação dos super ricos e contra a escala 6×1”. Com isso, a caminhada carnavalesca reafirma seu compromisso com a democracia e a luta por um país mais justo, em um momento em que setores da sociedade tentam reescrever os eventos de 08 de janeiro e livrar de punição os responsáveis pelo ataque às instituições.  
A deputada estadual Rosa Amorim, militante do MST e porta-estandarte do bloco, reforça a conexão entre a festa popular e a política. Para ela, Carnaval é também espaço de disputa e afirmação de direitos, e o Bloco Sem Terra carrega essa marca desde sua criação. Neste ano, além da mensagem firme contra qualquer tentativa de anistia a golpistas, o cortejo leva para as ruas a defesa da taxação dos super ricos, um debate que ganha força diante das dificuldades enfrentadas pela população mais pobre. No mesmo ritmo, soma-se a indignação contra a escala 6×1, um modelo de jornada de trabalho que tem sido amplamente criticado por categorias que reivindicam mais dignidade e qualidade de vida. A pauta já ecoa nos movimentos sociais e encontra no Carnaval uma oportunidade para alcançar ainda mais vozes.  
O bloco se transforma em um palco onde os ideais de justiça social se misturam ao frevo, onde a cultura se torna ferramenta de conscientização e onde os foliões marcham não apenas por diversão, mas também por direitos. A energia contagiante do Carnaval se soma à luta do MST, reforçando que a rua é espaço de expressão popular e que política e festa não são excludentes, mas complementares. No compasso da orquestra, os estandartes do bloco tremulam ao vento, carregando mensagens que não se dissolvem no calor da folia. O tom irreverente e crítico se mantém presente, lembrando que o riso e a resistência andam lado a lado e que, no Carnaval, o povo dança, mas também reivindica.

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