Jair Bolsonaro recebeu, em dinheiro vivo, um total de US$ 86 mil provenientes da venda de relógios de luxo e joias que pertenciam à União, segundo a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. O sigilo do depoimento foi derrubado pelo Supremo Tribunal Federal, tornando públicas as informações sobre o esquema investigado pela Polícia Federal. Os valores foram levantados a partir da venda de um Rolex e um Patek Philippe para a Precision Watches, na Filadélfia, por US$ 68 mil, e de um kit de joias Chopard, comercializado em Miami por US$ 18 mil. A PF apura se Bolsonaro e aliados buscaram se apropriar ilegalmente dos itens destinados ao patrimônio público. O pagamento, conforme detalhou Cid, foi feito na conta de seu pai, o general Mauro César de Lorena Cid, que residia nos Estados Unidos, e repassado em espécie a Bolsonaro de forma fracionada para evitar rastreamento bancário. Em uma das transações, US$ 18 mil foram entregues ao ex-presidente durante visita a Miami, enquanto outros US$ 30 mil foram repassados quando ele esteve na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. As demais quantias foram pagas em fevereiro e março de 2023, com US$ 20 mil repassados ainda nos EUA e o restante na volta de Bolsonaro ao Brasil. A investigação apontou que os bens foram avaliados por especialistas em leilões e vendidos no exterior antes de os valores retornarem em espécie ao ex-presidente. Com base no inquérito, a Polícia Federal indiciou 12 pessoas ligadas ao caso.
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