O Diario de Pernambuco conversou sob sigilo com um ex-integrante do gabinete, que detalhou como funcionava a dinâmica das supostas rachadinhas. De acordo com ele, os assessores sacavam os valores logo após o recebimento dos salários e entregavam em envelopes à vereadora ou à chefe de gabinete. No início, a justificativa era de que os recursos arrecadados seriam usados para iniciativas ligadas às pautas do coletivo. Contudo, uma ruptura ocorreu quando uma assessora questionou a prática, o que gerou discordâncias dentro do grupo. O relato ainda aponta que, com o tempo, os valores passaram a ser direcionados para ações que fortaleceriam politicamente a ex-vereadora.
A Delegacia de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) lidera as investigações, que já resultaram no cumprimento de 17 mandados de busca e apreensão em diversos endereços do Recife, Paulista e Abreu e Lima, na Região Metropolitana. Celulares e outros materiais foram recolhidos e devem contribuir com o andamento do inquérito. A defesa da ex-vereadora, representada pelas advogadas Angela Lima, Willianny Aquino e Rayane Silva, ainda não se pronunciou diretamente sobre o teor das investigações.
Na última terça-feira (25), as advogadas divulgaram uma nota alegando que não tiveram acesso ao inquérito e apontaram uma possível violação dos direitos da defesa. No comunicado, reforçaram o compromisso de Elaine Cristina com a Justiça e manifestaram confiança na condução transparente e imparcial do processo. A ex-vereadora, que não conseguiu se reeleger nas eleições municipais de 2024, obteve 957 votos e ficou de fora da nova legislatura.
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