quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

MIGUEL AFASTA DEPUTADOS LIGADOS A RAQUEL DE COMISSÕES NA ALEPE

A recente configuração das comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco trouxe à tona disputas e estratégias que visam consolidar poder no parlamento estadual, refletindo a complexidade do jogo político local. O União Brasil, por exemplo, optou por uma estratégia que exclui dois deputados alinhados com a governadora Raquel Lyra, Socorro Pimentel, líder do governo na casa, e Romero Sales. O fato de ambos não terem sido convidados para a reunião de definição das comissões deixa claro que há um movimento em curso dentro do partido que não considera esses parlamentares como peças-chave nas articulações internas.

Por outro lado, uma novidade que favorece a governadora é a troca na Comissão de Justiça. Romero Albuquerque, que ocupava a titularidade, foi deslocado para outra função, dando lugar a Edson Vieira, um deputado conhecido por sua postura mais conciliadora e disposto ao diálogo. Esta mudança pode representar uma flexibilização na relação entre o União Brasil e o Governo do Estado, já que Edson tem se mostrado mais acessível e propenso a dialogar com as diferentes partes envolvidas.

Com esse rearranjo, o União Brasil agora tem espaço para pleitear a presidência de uma das comissões mais estratégicas. A expectativa é que o deputado Antônio Coelho busque a presidência da Comissão de Finanças, cargo que ele já almejava há dois anos, mas não conseguiu conquistar. A aproximação do partido com o PSB, principal aliado da governadora Raquel Lyra, pode ser um trunfo nas negociações, visto que a ajuda do PSB é fundamental para fortalecer as articulações e garantir posições de destaque dentro da Assembleia.

A dinâmica da legenda também foi marcada pela atuação do presidente estadual do União Brasil, Miguel Coelho. Logo após assumir a presidência do partido, ele demonstrou sua habilidade política ao restabelecer o contato com Edson Vieira, que vinha se distanciando do partido e flertando com o Governo do Estado. A reconciliação entre Miguel e Edson pode ser vista como uma tentativa de consolidar forças dentro do União Brasil, ao mesmo tempo em que fortalece o vínculo com o Governo.

Além disso, a saída inesperada de Romero Albuquerque para o exterior, o que coincidiu com a decisão sobre a composição das comissões, também é interpretada como uma jogada estratégica dos Coelhos. Romero, embora apoiasse o prefeito João Campos, vinha se aproximando do Palácio do Governo, o que gerou especulações sobre seu futuro político. A viagem e sua ausência nas discussões podem ser vistas como um movimento calculado para fortalecer os laços do União Brasil com a base governista e ajustar a dinâmica partidária dentro da Assembleia. O cenário que se desenha nas comissões da Assembleia parece refletir não apenas as disputas internas do União Brasil, mas também as articulações de um jogo político mais amplo envolvendo o Governo e suas alianças.

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