sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

OS NOVOS DONOS DO HOLIDAY

O Edifício Holiday, localizado no coração de Boa Viagem, zona sul do Recife, tem um novo destino. O imóvel, que se tornou símbolo de disputas judiciais e abandono nos últimos anos, foi arrematado em leilão nesta quinta-feira (20) pelos empresários pernambucanos José Roberto e José Romero Gomes, proprietários da Federal Petróleo. A compra, realizada pelo valor de R$ 21,5 milhões, foi concretizada por meio da empresa DG IV Ltda, registrada no estado da Paraíba e pertencente aos irmãos, marcando um novo capítulo para o prédio que já foi referência da classe média recifense.  

O Holiday, construído na década de 1950, teve sua trajetória interrompida em 2019, quando foi interditado pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil devido às precárias condições estruturais. Desde então, o edifício passou a representar um impasse entre ex-moradores, poder público e a Justiça, que determinou sua venda para saldar dívidas acumuladas ao longo dos anos, especialmente relacionadas ao fornecimento de energia elétrica e água. O leilão desta semana encerra um longo período de incertezas sobre o destino do prédio, que chegou a ser cogitado para demolição.  

A arrematação do imóvel por José Roberto e José Romero Gomes desperta agora expectativas sobre os planos dos novos proprietários para a edificação. Empresários do ramo de combustíveis, os irmãos não possuem histórico de atuação no setor imobiliário, o que levanta especulações sobre uma possível revenda ou mesmo um novo projeto para revitalizar a estrutura. O valor do arremate, abaixo de avaliações anteriores, sugere que a intenção dos compradores pode envolver uma requalificação estratégica, aproveitando a localização privilegiada do prédio a poucos metros da orla de Boa Viagem.  

O leilão ocorreu em meio a disputas judiciais e à resistência de antigos moradores, muitos dos quais ainda contestam a venda do edifício. Algumas famílias, que precisaram deixar seus apartamentos há cinco anos, alegam que não receberam indenizações adequadas e seguem lutando para reaver parte dos valores investidos nas unidades. A Prefeitura do Recife e o Tribunal de Justiça de Pernambuco acompanharam de perto o processo, que envolveu um longo trâmite até a efetivação da venda.  

Com a aquisição confirmada, a grande questão que se impõe é o futuro do Holiday. Seu valor histórico e localização fazem do prédio um ativo estratégico para o mercado imobiliário da capital pernambucana, podendo se tornar alvo de projetos de requalificação ou até mesmo dar lugar a um novo empreendimento. A decisão dos empresários sobre o destino do edifício será determinante para definir se o Holiday terá uma nova vida ou se cederá espaço a uma nova construção em uma das áreas mais valorizadas do Recife.

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