quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

POLÍCIA CÍVIL IRÁ INVESTIGAR LINCHAMENTO DE TABIRA

A tragédia que abalou Tabira, no Sertão do Pajeú, continua gerando grande repercussão e desdobramentos. O assassinato do pequeno Arthur Ramos do Nascimento, de apenas 2 anos e 11 meses, encontrado sem vida no bairro de João Cordeiro com sinais de violência física e sexual, resultou não apenas na comoção popular, mas também em uma resposta violenta da população contra um dos suspeitos do crime. A Polícia Civil de Pernambuco, por meio de nota oficial, confirmou que está investigando o caso como homicídio por violência doméstica e familiar. O corpo da criança foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para a realização de exames periciais que possam determinar a causa da morte e fornecer elementos cruciais para a investigação. Paralelamente, uma operação conjunta entre as polícias Civil e Militar foi montada com o objetivo de localizar e prender os suspeitos, culminando na captura de um casal que teria envolvimento direto no crime. A ação aconteceu na zona rural de Carnaíba, município vizinho a Tabira, e os detidos foram imediatamente levados sob custódia para a Delegacia da cidade. No entanto, o transporte do homem identificado como Antonio Lopes Severo, conhecido como “Frajola”, de 42 anos, foi interrompido por uma multidão revoltada que cercou a viatura policial, conseguiu retirar o suspeito à força e iniciou um linchamento brutal. A cena foi marcada por extrema violência e resultou na morte de Antonio Lopes Severo antes que qualquer ação policial pudesse conter a fúria popular. A Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que instaurou inquérito para apurar a responsabilidade dos envolvidos na execução do linchamento e destacou que a conduta dos agentes de segurança que realizavam a escolta do suspeito também será analisada, considerando a possibilidade de negligência ou omissão. Em nota, a instituição reafirmou seu compromisso com a elucidação dos fatos, tanto no que se refere à morte do menino quanto às consequências posteriores. A repercussão do caso tem mobilizado autoridades e levantado debates sobre a resposta popular diante de crimes hediondos e a capacidade do Estado de garantir a integridade física de pessoas sob custódia. As investigações seguem em curso e novas diligências devem ocorrer para esclarecer as circunstâncias que levaram à morte da criança e ao desfecho trágico do principal suspeito.

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