PREÇO DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS NO BRASIL PODEM CAIR MAIS DE 50%

A revolução silenciosa dos medicamentos genéricos no Brasil completa 26 anos com um impacto que vai além do acesso à saúde: a redução expressiva nos preços dos remédios. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que, à medida que novas opções entram no mercado, os valores caem significativamente, chegando a mais de 50% em alguns casos. Essa dinâmica se inicia assim que a patente do medicamento de referência expira, permitindo a produção de versões com a mesma substância ativa, forma farmacêutica, dosagem e indicação terapêutica.  

A pesquisa mostra que a simples introdução do primeiro genérico já provoca uma queda média de 20,8% no preço mínimo do medicamento original. Com a chegada do terceiro concorrente, essa economia pode alcançar 55,2%. O estudo, publicado como um capítulo do livro *Tecnologias e Preços no Mercado de Medicamentos*, lançado pelo Ipea, foi conduzido pelo pesquisador Romero Cavalcanti Barreto da Rocha e está disponível gratuitamente.  

O efeito é ainda mais notável em mercados concentrados, onde um número reduzido de opções costuma manter os preços elevados. Nesses casos, a entrada dos genéricos gera uma redução média de 34% nos preços. O momento da introdução desses medicamentos também influencia diretamente no impacto: quando os genéricos chegam logo após a perda da patente do medicamento original, o efeito de barateamento é mais intenso. Atrasos, por outro lado, podem comprometer essa vantagem competitiva.  

O estudo reafirma a importância da Lei Federal 9.787/1999, que instituiu os genéricos no Brasil, garantindo mais opções aos consumidores e fortalecendo a concorrência no setor farmacêutico. Desde então, a medida tem sido fundamental para ampliar o acesso a tratamentos essenciais, reduzindo custos e promovendo mais equilíbrio no mercado.