Nos bastidores, aliados de Raquel Lyra apontam três fatores que pesam para que a governadora segure o anúncio por mais um tempo. O primeiro é evitar qualquer constrangimento com o PSDB, partido ao qual ainda está filiada. A governadora também deseja alinhar sua decisão com os rumos escolhidos pela sigla tucana, especialmente diante da possível fusão com o PSD. Além disso, a movimentação dos demais governadores do PSDB pode servir como um termômetro para a escolha da gestora pernambucana.
As tratativas entre Raquel Lyra e o PSD não são recentes. Desde 2023, os sinais de aproximação vêm se intensificando, com mudanças na equipe de governo que beneficiaram figuras ligadas à legenda. Entre os movimentos que chamaram atenção, está a nomeação de Cacau de Paula, filha de André de Paula, ministro da Pesca e presidente do PSD em Pernambuco. O gesto foi interpretado como um aceno ao partido, abrindo espaço para uma relação mais estreita entre a governadora e a legenda de Kassab.
Uma eventual filiação ao PSD alteraria significativamente a posição política de Raquel Lyra. O partido faz parte da base do governo federal e um ingresso na sigla poderia representar um afastamento da postura de oposição ao presidente Lula. Em Pernambuco, onde o petista mantém forte influência política e eleitoral, esse movimento pode ter impactos diretos para a governadora, que hoje enfrenta altos índices de rejeição.
A estratégia da governadora, ao adiar a decisão, demonstra o peso da escolha para sua trajetória política. O contexto nacional, os desdobramentos dentro do PSDB e os interesses locais estão sendo cuidadosamente analisados, enquanto as movimentações políticas seguem em curso.
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