quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

UNIÃO BRASIL: UMA DESUNIÃO EM MANIFESTAÇÃO PERMANENTE

A expressão "pau que nasce torto não enverga" ilustra perfeitamente a trajetória tumultuada do partido que, sob a alcunha de União Brasil, tem demonstrado que o racha e a desunião são seu verdadeiro DNA. Formado pela fusão mal-adaptada entre o PSL, liderado por Luciano Bivar, e o DEM, sob a batuta de Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), o partido desde sua origem já anunciava a inevitabilidade de conflitos internos e uma falta de coesão política que se tornaram evidentes ao longo do tempo.

Após diversas idas e vindas, a sigla passou a ser conduzida pelo ex-deputado estadual Miguel Coelho, que, apesar de sua experiência como gestor em Petrolina e uma candidatura ao governo de Pernambuco em 2022, parece não ter encontrado a fórmula mágica para unir os diversos interesses conflitantes dentro do partido. Na verdade, a nova liderança parece apenas acentuar a desunião existente.

A recente disputa na Assembleia Legislativa de Pernambuco em torno da formação das comissões temáticas é um exemplo claro dessa desorganização interna. Com manobras políticas que deixaram de lado aliados da governadora Raquel Lyra, a sigla parece estar mais preocupada em desestabilizar do que em construir um discurso coeso. Os chamados "governistas" do União Brasil se viram à deriva, enquanto o PSB, sob a já conhecida estratégia de manobra política, assume um papel dominante na Assembleia.

Em uma jogada que contraria a lógica de governo versus oposição, Miguel Coelho e Mendonça Filho se encontram na presidência e vice-presidência da sigla a nível estadual, respectivamente, o que gera confusão e instabilidade. A mistura de interesses e a falta de alinhamento entre os membros só reforçam a ideia de que, no fundo, a União Brasil é um verdadeiro retrato da desunião. 

A expectativa de que a fusão proporcionasse uma força política significativa se dissipou, dando lugar a um cenário onde alianças são frágeis e as disputas internas só reforçam o descompasso entre governistas e opositores. Assim, caro leitor, quando se fala em União Brasil, estamos, na verdade, apenas observando mais uma prova de que algumas fusões acabam por revelar um tecido político muito mais frágil e conturbado do que se imaginava. Aquele que esperava uma união efetiva apenas se depara com a desunião em seu estado mais puro. É isso!

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