terça-feira, 25 de março de 2025
AO LADO DE TARCÍSIO, BOLSONARO SE NEGA A PASSAR O "BASTÃO" FAZENDO UMA INDICAÇÃO
A declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de que só passará o "bastão" após a morte e que pode registrar sua candidatura à Presidência da República em 2026, apesar de estar inelegível, movimentou o cenário político nacional nesta segunda-feira (24). Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Bolsonaro reafirmou sua posição em entrevista ao podcast Inteligência Ltda., onde falou sobre seu futuro político e a disputa eleitoral que se aproxima. Mesmo inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente afirmou que pode registrar sua candidatura e aguardar que a Justiça Eleitoral decida se poderá concorrer. A estratégia, segundo ele, depende do desfecho de sua situação jurídica no Supremo Tribunal Federal (STF), onde é acusado de tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma do STF decide nesta terça-feira (25) se aceita a denúncia formal contra Bolsonaro, e a expectativa é que o julgamento definitivo ocorra ainda em 2025. Caso seja condenado antes do início do processo eleitoral em agosto do próximo ano, a chance de concorrer se tornaria inviável. A afirmação de Bolsonaro sobre não indicar um sucessor reflete a resistência do ex-presidente em abrir espaço para outras lideranças no campo da direita. Apesar disso, seu nome mais cotado para uma eventual sucessão dentro do grupo político é Tarcísio de Freitas, que reforçou sua fidelidade ao ex-presidente e afirmou que pretende disputar a reeleição para o governo paulista, afastando especulações sobre uma candidatura presidencial. Bolsonaro criticou a velocidade do processo no STF e sugeriu que sua estratégia seria aguardar até o limite do prazo para solicitar o registro de candidatura. Ele argumentou que, caso não seja julgado a tempo, poderá recorrer ao TSE, que decidiria sua situação eleitoral em poucas semanas. A Procuradoria-Geral da República denunciou o ex-presidente e outros 33 aliados em fevereiro, e a tramitação do caso tem sido acompanhada de perto pelo meio político. A declaração de Bolsonaro sobre "só passar o bastão depois de morto" reforça sua tentativa de manter o protagonismo dentro do bolsonarismo e garantir sua influência na eleição de 2026, independentemente das barreiras jurídicas. Enquanto isso, Tarcísio reiterou seu compromisso com Bolsonaro e sua base política em São Paulo, afirmando que seguirá ao lado do ex-presidente e que não há qualquer intenção de disputar o Planalto em 2026. O apoio de Tarcísio ao ex-presidente é visto como um sinal de lealdade dentro do grupo bolsonarista, mas também indica que o governador paulista evita um confronto direto com Lula, deixando aberta a possibilidade de uma candidatura presidencial apenas em 2030. A posição de Bolsonaro, no entanto, pode impactar diretamente o futuro político da direita brasileira, especialmente caso sua candidatura seja definitivamente barrada pela Justiça Eleitoral antes da campanha.
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