segunda-feira, 10 de março de 2025

AUTONOMIA DA ESTADUAL, IMPEDE INTERVENÇÃO NACIONAL NO PSDB-PE ATÉ O FIM DE 2025

O movimento político em Pernambuco ganhou novos contornos com a decisão da governadora Raquel Lyra de se filiar ao PSD, ao mesmo tempo em que articulou a entrada da vice-governadora Priscila Krause no PSDB. Embora a mudança de legenda tenha sido vista como um afastamento, a estratégia de Raquel indica o contrário: ela busca manter influência sobre os rumos do partido no estado e garantir uma base sólida para as eleições de 2026. A direção nacional do PSDB, que inicialmente indicou a possibilidade de reestruturar a legenda em Pernambuco, se vê limitada pela atual presidência estadual, ocupada por Fred Loyo, cujo mandato vai até o final de 2025.  

A autonomia do diretório estadual impede mudanças bruscas sem intervenção direta da executiva nacional, o que poderia gerar um longo embate jurídico e prejudicar a legenda em um momento decisivo. Ciente desse cenário, Raquel trabalhou para fortalecer a permanência do PSDB na sua base, evitando um rompimento e, ao mesmo tempo, ampliando suas possibilidades eleitorais. A filiação de Priscila Krause ao partido faz parte dessa engenharia política, permitindo que o PSDB siga relevante no estado enquanto a governadora investe na construção de uma chapa competitiva para a disputa parlamentar.  

Com 32 prefeitos eleitos sob sua influência dentro do PSDB, Raquel tem um capital político significativo que pode garantir o partido no jogo eleitoral, mesmo que parte dessas lideranças migre para o PSD. O PSDB nacional deixou claro que seu interesse em Pernambuco está diretamente ligado à viabilidade eleitoral de uma bancada estadual e federal, e é esse equilíbrio que Raquel busca manter. A movimentação reflete um cálculo cuidadoso, onde a governadora tenta ampliar seu campo de alianças sem desestruturar a base que ajudou a construir.

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