A movimentação política em Pernambuco pode ganhar um novo capítulo carregado de simbolismo. Caso se confirme a aproximação do Avante com a governadora Raquel Lyra, o gesto representará mais do que uma simples aliança partidária, mas uma reconfiguração do cenário eleitoral de 2022. O ex-deputado federal Sebastião Oliveira, que foi candidato a vice-governador na chapa de Marília Arraes, se juntaria agora ao grupo político da atual chefe do Executivo estadual, derrotando qualquer resquício da polarização que marcou a disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. A transição não ocorre isoladamente. Sebastião se somaria a André de Paula, que concorreu ao Senado na mesma chapa de Marília e que, após o pleito, também migrou para a base da governadora. Os dois, que formaram o núcleo duro da campanha da ex-petista, agora convergem para a administração de Raquel, consolidando um movimento que dilui as barreiras erguidas durante a eleição. O que antes era um time coeso na oposição à tucana se dissolve em um realinhamento que fortalece sua base. A adesão de Sebastião ao governo Raquel, se oficializada, fecharia um ciclo e reforçaria um cenário em que adversários de outrora tornam-se aliados estratégicos. A costura política, para além das articulações partidárias, é carregada de significado. O grupo que representava a principal alternativa ao projeto de Raquel Lyra nas urnas, ao perder a eleição, se reinventa dentro da própria gestão vitoriosa. Esse alinhamento sugere um reconhecimento do espaço que a governadora ocupa na política estadual e um movimento pragmático para aqueles que buscam manter influência e relevância no tabuleiro.
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