Nos bastidores da política pernambucana, a movimentação da família Coelho tem sido acompanhada com atenção, especialmente após a decisão do PP de formalizar uma federação com o União Brasil. O silêncio adotado por Miguel Coelho, ex-prefeito de Petrolina e presidente estadual do União Brasil, tem alimentado especulações sobre seu futuro político e a possibilidade de uma mudança de legenda para viabilizar sua candidatura ao Senado em 2026. Fontes ligadas ao grupo político afirmam que Miguel tem mantido conversas estratégicas com diferentes siglas, avaliando alternativas que possam garantir um espaço competitivo na disputa majoritária.
Entre as opções consideradas, o PDT desponta como uma possibilidade concreta, não apenas pela estrutura partidária, mas também pelas articulações em curso no Recife. O partido é comandado no estado pelo ex-deputado Wolney Queiroz, figura próxima ao prefeito João Campos, do PSB. Nos círculos políticos, ganha força a tese de que o PDT pode compor a base de João na eleição municipal deste ano, o que abriria caminho para que Miguel e seu grupo se aproximassem da legenda com vistas ao pleito de 2026. Essa movimentação pode reconfigurar o tabuleiro político pernambucano, unindo lideranças que, historicamente, estiveram em campos distintos, mas que compartilham interesses comuns em uma possível aliança futura.
A migração para o PDT também resolveria um problema prático para a família Coelho, já que o União Brasil, ao formar federação com o PP, passa a ter regras rígidas de fidelidade partidária, limitando a autonomia dos filiados na escolha de projetos eleitorais. Para Miguel, que construiu sua trajetória política com base em uma atuação independente, a necessidade de submeter-se às decisões de um colegiado poderia representar um entrave em sua estratégia de longo prazo. O PDT, por outro lado, tem se mostrado um partido flexível nas negociações e, caso se confirme sua aliança com o PSB no Recife, poderia oferecer uma estrutura favorável ao grupo Coelho.
O cenário ainda está indefinido, mas os sinais vindos de Petrolina e Recife indicam que há conversas avançadas nos bastidores. A eventual adesão da família Coelho ao PDT teria implicações diretas na disputa pelo governo de Pernambuco em 2026, pois aproximaria Miguel de setores que hoje orbitam em torno do PSB, partido que já governou o estado por três mandatos consecutivos. Além disso, traria um novo desenho para as eleições municipais deste ano, fortalecendo o campo político que hoje apoia João Campos e influenciando diretamente na formação das chapas proporcionais e majoritárias. Os próximos meses serão decisivos para definir se essa mudança se concretiza ou se o grupo Coelho buscará outros caminhos para manter sua influência no cenário estadual.
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