A federação entre o PP e o União Brasil está ganhando força, marcando um movimento estratégico no cenário político brasileiro, principalmente no que diz respeito às eleições de 2026. Com o apoio do presidente do Progressistas, o senador Ciro Nogueira, a negociação entre as duas siglas avançou consideravelmente. A decisão foi tomada após uma reunião, realizada na terça-feira, 19 de março de 2025, onde as lideranças do PP autorizaram as bancadas da Câmara e do Senado a darem seguimento às negociações. O principal ponto acordado foi a divisão dos comandos estaduais, com uma estrutura já delineada para o futuro megapartido do Centrão.
A proposta da federação prevê que os maiores colégios eleitorais do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, fiquem sob a direção da cúpula da federação, que terá a palavra final nesses estados. Além disso, o Distrito Federal, Maranhão, Paraíba, Sergipe e Tocantins também estarão sob a liderança do novo bloco político. O PP, por meio de Ciro Nogueira, assumirá o comando de estados como Acre, Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina. Por outro lado, o União Brasil, presidido por Antônio de Rueda, ficará com o controle de estados como Ceará, Goiás, Amazonas, Bahia, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte e Rondônia.
Esse novo arranjo político terá uma representatividade significativa no Congresso Nacional, considerando que o PP conta com 50 deputados e seis senadores, enquanto o União Brasil possui 59 cadeiras na Câmara e sete no Senado, incluindo a de Davi Alcolumbre (AP), atual presidente da Casa. Caso a federação seja formalizada, o bloco deverá ultrapassar o PL e se tornar a maior bancada na Câmara, somando 109 parlamentares. Esse crescimento fortaleceria a federação no cenário eleitoral, permitindo-lhe ter acesso à maior fatia do fundo eleitoral nas eleições de 2026, consolidando-se como um player central nas alianças políticas que se formarão para o pleito.
A união das duas siglas ainda conta com desafios políticos internos, pois cada partido possui suas ambições eleitorais. O União Brasil, por exemplo, tem o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como pré-candidato à presidência, enquanto o PP, sob a liderança de Ciro Nogueira, busca fortalecer sua posição e já articula um possível afastamento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O foco de Nogueira está na definição de uma candidatura que tenha apoio de Jair Bolsonaro em 2026, o que tornaria a federação uma importante peça no tabuleiro eleitoral.
A federação, uma aliança formal reconhecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), representa um compromisso de no mínimo quatro anos entre os partidos. Essa união não só aumenta as possibilidades de sucesso nas eleições proporcionais, mas também fortalece as chances de ambas as siglas em um cenário de renovação de mandatos no Congresso. A união das duas grandes forças do Centrão pode alterar o equilíbrio do poder no Brasil, criando novas dinâmicas nas eleições e no futuro político da nação.
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