segunda-feira, 17 de março de 2025
GILSON BATE EM ANDERSON: " ISOLADO E DESESPERADO"
O clima de tensão no Partido Liberal (PL) de Pernambuco se intensificou após a participação do presidente estadual da legenda, Anderson Ferreira, no evento de filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD. O gesto de aproximação com o grupo da ex-tucana, que contou com a presença de ministros do governo Lula e lideranças da esquerda, gerou reações imediatas entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro do Turismo Gilson Machado, um dos principais nomes da ala bolsonarista do partido no Estado, criticou abertamente a postura de Ferreira, classificando-a como um sinal de isolamento e desespero político. Para Machado, o discurso de união feito pelo ex-prefeito de Jaboatão ao lado de integrantes do PSD e de ministros federais demonstra uma divergência clara em relação ao movimento da direita conservadora no Estado. Ele destacou que a ausência de Ferreira nos atos de Bolsonaro em Pernambuco reforça a distância entre o líder estadual do PL e a base bolsonarista. Ferreira chegou ao Recife Expo Center acompanhado de figuras próximas, como o prefeito Mano Medeiros e o vereador Fred Ferreira, ambos do PL, mas no palco do evento dividiu espaço com André de Paula e Alexandre Silveira, ministros do governo petista. A cena incomodou os bolsonaristas, que consideram o episódio uma demonstração do distanciamento de Ferreira do alinhamento ideológico do partido no plano nacional. Machado foi incisivo ao afirmar que Anderson não representa Bolsonaro no Estado, sustentando que sua relação com a cúpula nacional do PL é distinta e pautada por interesses próprios. Ele também apontou que há uma preferência clara do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, pelo grupo Ferreira, citando o repasse de R$ 1,2 milhão para a campanha de Fred Ferreira à Câmara do Recife, enquanto Gilson Filho, ligado à ala bolsonarista, não teria recebido qualquer apoio financeiro da legenda. A movimentação política evidenciou as disputas internas que marcam o PL desde 2023, quando o partido passou a conviver com a divisão entre a ala mais próxima de Bolsonaro e a que mantém articulações independentes, como o grupo Ferreira. A presença de nomes do PT e de ministros do governo federal no evento de Raquel Lyra intensificou a percepção de que Anderson Ferreira busca consolidar um caminho político próprio, menos vinculado ao bolsonarismo e mais alinhado ao pragmatismo político da cúpula partidária.
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