A cúpula tucana ainda não digeriu a saída de Raquel Lyra e determinou que o PSDB pernambucano será conduzido por um nome que não tenha ligação direta com a governadora. O atual presidente estadual, Fred Loyo, já foi informado de que perderá o cargo. No partido, há o entendimento de que sua escolha ocorreu por influência exclusiva de Raquel, diferentemente de momentos anteriores, quando a presidência estadual esteve nas mãos de lideranças com maior peso político dentro da legenda. A troca no comando estadual será conduzida sem confronto direto para evitar disputas judiciais, e há possibilidade de uma conversa entre Loyo e Marconi Perillo na próxima semana para tratar do tema.
No cenário interno do PSDB nacional, a migração de prefeitos pernambucanos para o PSD de Raquel Lyra não é vista como um problema relevante. Dos 32 gestores eleitos pela sigla em 2020, muitos devem seguir a governadora. Entretanto, a estratégia principal da direção nacional não está focada em prefeituras, mas na formação de uma chapa competitiva para a Câmara dos Deputados. Álvaro Porto já recebeu a orientação para atrair novas lideranças e estruturar o partido de forma a garantir maior representatividade na bancada federal. O objetivo é assegurar tempo de televisão e acesso a recursos do fundo partidário, aspectos que os prefeitos não são capazes de oferecer.
A movimentação de Raquel para tentar manter o PSDB próximo ao seu governo envolveu a filiação da vice-governadora Priscila Krause à legenda, um gesto que ocorreu sem grande repercussão pública. A cúpula tucana não gostou da maneira discreta como a filiação foi conduzida. Nos bastidores, a leitura é de que, por ocupar um cargo de vice-governadora, Priscila deveria ter sido oficialmente recebida pelo presidente nacional da sigla. No entanto, a filiação aconteceu sem um alinhamento prévio com Marconi Perillo, reforçando a percepção de que a governadora buscava apenas manter um canal com o PSDB sem se submeter ao comando nacional do partido.
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