A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco divulgou, nesta quarta-feira (12), o Boletim Epidemiológico das Arboviroses, trazendo um panorama da situação das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no estado. O levantamento, que abrange o período de 29 de dezembro de 2024 a 8 de março de 2025, apontou um total de 4.744 casos notificados de dengue, indicando uma redução de 72% em relação ao mesmo período do ano passado. A diminuição expressiva, no entanto, está atrelada a uma mudança na metodologia de análise dos dados, que agora considera as notificações como referência primária, substituindo a análise dos casos prováveis. Dessa forma, o boletim passa a oferecer um retrato mais preciso da circulação da doença, já que os números refletem diretamente as suspeitas iniciais registradas pelas unidades de saúde, independentemente da confirmação posterior.
Com a atualização do critério de monitoramento, a diferença entre os anos anteriores se torna mais evidente, pois em 2025 o número de casos descartados ainda é reduzido, uma vez que o período de investigação pode levar até 90 dias para ser concluído. Em contraste, os dados de 2024 já tinham um volume significativo de casos descartados, por conta da conclusão das investigações ao longo do ano. No cenário atual, a SES-PE destaca que a notificação acontece sempre que um paciente apresenta pelo menos três sintomas característicos das arboviroses, incluindo febre e outros dois sinais clínicos, tornando esse indicador mais confiável para avaliar o impacto da doença na população.
Até o momento, Pernambuco confirmou 659 casos de dengue, sendo sete deles classificados como graves. Além disso, 11 óbitos estão sob investigação para determinar se há relação com arboviroses, um processo conduzido inicialmente pela Vigilância Epidemiológica do município onde ocorreu o óbito e posteriormente avaliado por um comitê técnico multidisciplinar. Esse grupo de especialistas analisa cada caso com rigor antes de estabelecer a causa definitiva da morte, garantindo que as estatísticas reflitam a realidade epidemiológica do estado. O levantamento ainda aponta que 127 municípios pernambucanos apresentam baixa incidência de dengue, enquanto 13 cidades registram incidência média e outras cinco estão em situação de alta incidência da doença.
Além da dengue, o boletim desta semana também atualizou os números das demais arboviroses. Foram notificados 713 casos suspeitos de Chikungunya em Pernambuco, com 95 confirmações até o momento. Já em relação ao Zika vírus, os dados indicam 90 registros de casos suspeitos, mas nenhuma confirmação laboratorial. O cenário reforça a importância da manutenção das medidas de prevenção, como o combate aos focos do mosquito transmissor, intensificação das ações de vigilância e orientação à população sobre sinais de alerta das doenças. Mesmo com a redução no número de casos de dengue em relação ao ano anterior, a preocupação com a disseminação do Aedes aegypti continua sendo uma prioridade para os órgãos de saúde, que seguem acompanhando de perto a evolução dos casos e monitorando os municípios em situação de risco.
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