quinta-feira, 13 de março de 2025
PF DESMANTELA FRAUDE BILIONÁRIA NO INSS COM FUNCIONÁRIO DE GARANHUNS
A Polícia Federal desmantelou um esquema milionário de fraudes previdenciárias em Pernambuco ao deflagrar a Operação Unblock. No centro da investigação está um servidor do INSS suspeito de liberar indevidamente benefícios previdenciários para facilitar empréstimos consignados, muitas vezes sem o consentimento dos beneficiários. Desde 2022, ele teria desbloqueado cerca de 70 mil benefícios, movimentando aproximadamente R$ 945 milhões em valores liberados para instituições financeiras. A atuação do suspeito não se restringia ao estado de Pernambuco, alcançando todas as 27 unidades da federação e impactando um grande número de segurados que podem ter sido vítimas do golpe sem sequer ter conhecimento da fraude. A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do servidor, localizada na cidade de Garanhuns, no Agreste pernambucano, onde foram apreendidos um notebook, um aparelho celular e uma pistola calibre 9mm, elementos que agora serão analisados para aprofundar a investigação e identificar outros possíveis envolvidos. Além da busca domiciliar, a Justiça determinou o afastamento imediato do suspeito de suas funções no INSS para evitar novas fraudes e prejuízos à administração pública e aos beneficiários do sistema previdenciário. O esquema operava a partir da manipulação do sistema interno do Instituto Nacional do Seguro Social, permitindo que empréstimos consignados fossem liberados sem a devida autorização dos titulares. Em um dos casos sob investigação, o servidor teria retirado do cadastro de um beneficiário incapaz a figura de seu representante legal para viabilizar a contratação de crédito em nome da vítima, deixando-a sem qualquer proteção contra o golpe. Os investigadores agora se debruçam sobre o material apreendido e os registros dos benefícios desbloqueados na tentativa de mapear o alcance da fraude e identificar se houve participação de terceiros, incluindo possíveis cúmplices dentro do próprio INSS ou em instituições financeiras. Os crimes atribuídos ao servidor incluem inserção de dados falsos em sistema público e corrupção, cujas penas somadas podem ultrapassar 24 anos de reclusão. Além das implicações penais, o caso levanta preocupações sobre a vulnerabilidade dos sistemas previdenciários diante de servidores com acesso privilegiado às informações dos beneficiários. A Polícia Federal segue com as investigações para detalhar como o esquema foi operado ao longo dos últimos anos e quais instituições financeiras teriam sido beneficiadas direta ou indiretamente pelas fraudes.
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