Raquel Lyra entra no PSD e pode dividir ou tirar o PT do palanque de João Campos em 2026
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, oficializa nesta segunda-feira, dia 10, sua filiação ao PSD, em um movimento estratégico que impacta diretamente o cenário político do estado e pode influenciar as eleições de 2026. A decisão de deixar o PSDB marca um afastamento definitivo da oposição ao governo federal e uma aproximação calculada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse realinhamento pode dividir o apoio do presidente no estado, já que o PT mantém uma aliança histórica com o PSB do prefeito do Recife, João Campos, nome que até então era considerado favorito para a sucessão estadual.
A entrada de Raquel Lyra no PSD também abre espaço para uma possível composição com o PT, com a inclusão de um petista na vaga ao Senado em sua chapa. Esse cenário pode provocar um racha dentro do partido, que tradicionalmente apoia o PSB em Pernambuco. Se Lula decidir manter seu apoio a João Campos, a governadora pode emergir como uma opção alternativa para setores do PT que desejam ampliar seu espaço no governo estadual. A movimentação enfraquece a oposição e cria um novo eixo de poder, onde dois nomes ligados ao governo federal disputam o protagonismo local.
A saída da governadora do PSDB acelera mudanças na legenda em Pernambuco. O comando do partido poderá ser entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, que já articula uma aproximação com João Campos. Com isso, o PSDB se distancia de Raquel Lyra e pode reforçar o campo de alianças do PSB. A governadora, por sua vez, aguardou até o último momento para definir seu destino e tentou manter o PSDB em uma posição neutra em relação ao governo federal. Sem espaço para essa estratégia, optou por um partido que tem trânsito com o Planalto e estrutura para viabilizar sua candidatura à reeleição.
O ato de filiação de Raquel Lyra ao PSD reunirá lideranças nacionais, incluindo o presidente da sigla, Gilberto Kassab, e dois ministros do governo Lula: Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e André de Paula, da Pesca. A presença de figuras de peso do governo federal reforça a tese de que a governadora busca consolidar uma relação mais próxima com o Planalto, ao mesmo tempo em que altera o equilíbrio político de Pernambuco. Com essa mudança, a disputa de 2026 pode não ser mais entre um candidato governista e um opositor, mas sim entre duas forças que reivindicam o apoio de Lula, o que pode tornar o cenário ainda mais imprevisível.
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