quarta-feira, 12 de março de 2025

SETORES DO PL NÃO ENGOLIRAM ANDERSON EM ATO DA GOVERNADORA

A presença de Anderson Ferreira na filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD causou surpresa nos bastidores do PL em Pernambuco. Presidente estadual da legenda e aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro, Anderson sempre teve carta branca de Valdemar Costa Neto para comandar o partido no estado, mas sua participação no ato da ex-tucana não passou despercebida. Mais do que a presença, o tom do discurso incomodou setores da sigla, que não esperavam uma declaração tão enfática de fidelidade a um governo no qual o PL não ocupa cargos nem tem qualquer participação direta. Durante a cerimônia, Anderson afirmou que estava ali para demonstrar que Pernambuco está acima de divergências partidárias e reforçou o gesto ao dizer que ele e Raquel estavam juntos “até depois do fim”, arrancando reações de espanto até da própria governadora. A fala provocou ruídos internos, especialmente entre lideranças do PL que defendem uma postura mais crítica ao governo estadual. Há quem veja no movimento de Anderson um gesto estratégico, uma tentativa de manter pontes com o Palácio do Campo das Princesas em um cenário político ainda indefinido para 2026. Outros, porém, avaliam que a atitude pode enfraquecer a posição do PL como principal partido de oposição em Pernambuco, já que a legenda lançou uma candidatura contra Raquel Lyra no primeiro turno de 2022 e desde então vinha se posicionando de forma mais distante. Nos bastidores, interlocutores apontam que a fala de Anderson pode gerar desdobramentos dentro da legenda, reacendendo debates sobre o futuro do partido no estado. A postura de Anderson contrasta com a de outros líderes do PL que, mesmo sem cargos no governo, mantêm uma postura mais distante e até crítica em relação à gestão da tucana. O episódio reforça que a dinâmica política de Pernambuco segue em constante movimento, com reconfigurações que podem impactar os arranjos eleitorais dos próximos anos.

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