O cenário político do PT em Pernambuco reflete mais uma vez as históricas divisões internas do partido, que, apesar das divergências, sempre encontrou um ponto de convergência em momentos decisivos para garantir vitórias eleitorais. No momento, o partido vive um racha entre os aliados do prefeito do Recife, João Campos (PSB), que têm proximidade com a senadora Teresa Leitão, e a ala liderada pelo senador Humberto Costa, que mantém diálogo com a governadora Raquel Lyra (PSD). O embate se dá em um contexto em que Humberto Costa ocupa a presidência interina nacional do PT e, segundo Teresa Leitão, cabe a ele conduzir a unidade da legenda no estado. Durante entrevista à Rádio Folha, a senadora enfatizou que Pernambuco não pode receber um tratamento diferenciado dentro do partido e espera que haja alinhamento no estado. A disputa entre os grupos pernambucanos reflete um embate maior no âmbito nacional, onde há uma disputa interna pelo comando da Executiva Nacional do PT. Teresa Leitão alerta que esse cenário interno pode comprometer a estabilidade necessária ao governo Lula, que enfrenta dificuldades apontadas em pesquisas que mostram índices de reprovação superiores aos de aprovação. A parlamentar defende que o partido deve se concentrar na defesa do presidente e evitar conflitos internos que possam desestabilizar ainda mais a legenda. Sem citar nomes, a senadora criticou algumas posturas dentro da direção nacional do partido que, segundo ela, são inconvenientes e desnecessárias. A definição dos rumos da legenda ocorrerá no dia 6 de julho, quando serão eleitos os novos diretórios nacional, estaduais e municipais. Outro tema abordado por Teresa Leitão foi a participação do presidente do PL, Anderson Ferreira, na filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD, fato que não lhe causou surpresa. Para a senadora, o PL tem sido tratado de maneira favorável pelo governo estadual, sendo governista na Assembleia Legislativa e mantendo proximidade com prefeitos aliados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário