quarta-feira, 26 de março de 2025

TRABALHADORES DA PETROBRÁS DE PERNAMBUCO CRUZAM OS BRAÇOS NO DIA DE HOJE

Os trabalhadores da Petrobras em Pernambuco paralisam suas atividades nesta quarta-feira (26) em protesto contra a falta de diálogo da gestão da empresa e a imposição de novas regras para o teletrabalho. A mobilização faz parte de uma greve nacional de advertência de 24 horas organizada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos locais. Em Pernambuco, os atos se concentram na Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e na Transpetro, ambas situadas no complexo industrial e portuário de Suape. Desde a troca de turno pela manhã, os sindicalistas realizam mobilizações com o objetivo de alertar os trabalhadores sobre a importância da adesão ao movimento, sem bloqueio das instalações, mas com um “corte na rendição”, impedindo a entrada de funcionários para as atividades regulares. No setor administrativo, a orientação do Sindicato dos Petroleiros de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE/PB) é para que os trabalhadores permaneçam em casa sem acessar os sistemas da empresa. O presidente do sindicato, Sinésio Pontes, critica a postura da Petrobras e denuncia que a estatal tem conduzido as negociações de forma unilateral. Segundo ele, a empresa envia termos individuais para os empregados aderirem às novas regras do trabalho remoto, sem qualquer possibilidade de negociação coletiva. O modelo híbrido adotado anteriormente permitia até três dias de teletrabalho semanal, mas a nova política reduz esse período para no máximo dois dias. Quem se recusar a assinar os novos termos será obrigado a retornar ao trabalho presencial em tempo integral. A insatisfação dos petroleiros não se limita ao teletrabalho. O plano de cargos e salários é outro ponto de discórdia, com críticas ao fato de a empresa manter modelos distintos, um de 2010 e outro de 2018, que dificultam a progressão na carreira. Os trabalhadores reivindicam um plano unificado, que permita crescimento profissional e corrija distorções salariais. O sindicato também alerta para a defasagem no quadro de funcionários, resultado da redução do efetivo nos últimos anos. Desde 2015, cerca de 40 mil postos de trabalho foram perdidos na Petrobras em nível nacional, enquanto a estatal anuncia a convocação de apenas mil novos empregados por ano, o que, segundo os sindicalistas, é insuficiente para suprir as necessidades operacionais. O déficit de pessoal, especialmente na Rnest, que está em fase de expansão, também gera preocupação com a segurança do trabalho. A categoria denuncia um aumento no número de acidentes, com seis mortes registradas no país desde 2023. A falta de fiscalização sobre as empresas terceirizadas também é apontada como um problema, já que os trabalhadores contratados por essas firmas estão mais expostos a riscos. Outro ponto que tem gerado insatisfação entre os petroleiros é a redução no pagamento da participação nos lucros e resultados (PLR). O sindicato critica a empresa por manter os repasses integrais aos acionistas, enquanto os trabalhadores enfrentam cortes significativos na remuneração variável. Durante o mês de março, o Sindipetro realizou doze assembleias com os trabalhadores das três unidades da Petrobras em Pernambuco – Rnest, Transpetro e escritório no RioMar Trade Center, no Recife – e em todas elas a paralisação foi aprovada com ampla maioria.

Nenhum comentário: