Carpina, cidade da Mata Norte de Pernambuco, ressurge com força no cenário junino nordestino em 2025, após o anúncio da programação do São João promovido pela prefeita Eduarda Gouveia (PODE). A gestora, em seu primeiro ano de mandato, aposta em uma estratégia ambiciosa para reposicionar o município entre os grandes polos do ciclo junino do Estado, investindo pesado em infraestrutura e atrações de renome nacional. Nomes como Alok, João Gomes e Luan Santana não apenas reforçam a grandiosidade do evento, mas sinalizam uma mudança de patamar para Carpina, que volta a ser vista como destino de destaque para o turismo cultural e festivo do período. O investimento na festa, no entanto, vai além da música: a cidade prepara uma estrutura de grandes dimensões, com palco moderno, vila cenográfica, segurança reforçada, feira de artesanato e espaços temáticos que celebram a cultura nordestina com identidade própria.
Durante a década de 1990, Carpina construiu uma reputação sólida como um dos principais polos de São João da região, chegando a rivalizar em qualidade e repercussão com gigantes tradicionais como Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba. Naquele período, a cidade atraía caravanas de turistas e mantinha viva uma programação equilibrada entre tradição e modernidade, com ênfase nas quadrilhas juninas, nos trios de forró pé de serra e nos desfiles culturais que tomavam as ruas do centro. Entretanto, com o tempo e a sucessão de gestões que deixaram a cultura em segundo plano, esse prestígio foi se esvaindo. A perda de fôlego afetou diretamente o comércio local, a hotelaria e a autoestima da população, que via outras cidades vizinhas assumirem protagonismo.
Ao promover o resgate desse legado, Eduarda Gouveia adota uma postura que combina memória afetiva com inovação. A retomada do São João grandioso não é apenas uma ação cultural, mas também um movimento político estratégico que amplia sua visibilidade e reforça sua liderança em meio aos primeiros meses de gestão. Recolocar Carpina no circuito turístico de junho implica em retorno econômico significativo para o município, movimentando desde a rede hoteleira até os ambulantes, costureiras de figurinos e produtores locais. A escolha por atrações de massa, combinadas com artistas locais e regionais, cria uma programação que agrada diferentes públicos e amplia o tempo de permanência dos visitantes na cidade. O marketing da festa já começa a impactar nas redes sociais e na imprensa, gerando expectativa e atraindo a atenção do interior e da capital. Com a cidade sendo cuidadosamente preparada para receber milhares de pessoas, desde a organização do trânsito até a decoração temática espalhada pelos bairros, Carpina se reinventa no calendário junino do Estado. A aposta da prefeita é audaciosa e carrega consigo uma simbologia clara: de uma cidade que não apenas celebra suas tradições, mas que deseja retomar seu lugar de honra no mapa das grandes festas populares do Nordeste.
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