sexta-feira, 4 de abril de 2025

CHINA FALA EM RETALIAR "TARIFAS RECÍPROCAS" DE TRUMP. VEJA A REAÇÃO DE OUTROS PAÍSES NO ALVO DOS EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira o que chama de "tarifas recíprocas". Ele decidiu aplicar imposto de importação de ao menos 10% a todos os produtos estrangeiros que entram na maior economia do mundo.

O Brasil é um dos países que terão seus produtos taxados nos EUA em 10%, o percentual mais baixo do pacote. O caráter linear das tarifas foi adiantado ontem pela colunista do GLOBO Míriam Leitão. Mas outros países tiveram carga bem mais pesada, particularmente os asiáticos, liderados pela China, que reagiu falando em possível retaliação.

Logo após o anúncio de Trump, no fim da tarde, líderes dos países atingidos começaram a reagir. A maioria destacando que uma guerra comercial não terá vitoriosos no mundo.

Para os produtos chineses, por exemplo, a tarifa será de 34%. Como se não bastasse a alíquota alta, a Casa Branca informou que essa tarifa recíproca se somará aos 20% que já foram aplicados sobre produtos chineses neste ano, totalizando uma carga de 54% para itens do país asiático exportados para os EUA.

China promete retaliação
A China afirmou na manhã desta quinta-feira que “se opõe firmemente” às novas tarifas alfandegárias dos Estados Unidos contra suas exportações e anunciou “contramedidas para resguardar” seus direitos e interesses.

Os tributos impostos pelo presidente Donald Trump “não estão em conformidade com as regras do comércio internacional e prejudicam gravemente os direitos legítimos e os interesses de atores relevantes”, afirmou o Ministério do Comércio chinês em comunicado.

Canadá condena escalada tarifária
Camboja, destino de muitas fábricas de capital chinês, tem uma das maiores taxas: 49%. O Japão e a Índia, aliados geopolíticos e econômicos dos EUA, terão seus produtos tarifados em 24% e 26%, respectivamente.

Além do Brasil, também estão no grupo de países taxados em 10% e outros latino-americanos como Colômbia, Argentina, Chile, Peru, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Honduras e El Salvador. Outros países que ficaram na taxação mínima foram Reino Unido e Cingapura.
Não houve mudança no caso de Canadá e México, vizinhos dos EUA com quem integram uma zona de livre-comércio, que já tiveram seus produtos vendidos aos EUA taxados em 25% no mês passado.

— Vamos combater essas tarifas com contramedidas — alertou o premier Mark Carney, para quem as taxas americanas "vão mudar fundamentalmente o sistema de comércio mundial" e afetar "diretamente milhões de canadenses".
Coréia do Sul
O líder interino da Coreia do Sul, Han Duck-soo, pediu às autoridades do país que se envolvam ativamente nas negociações com os Estados Unidos após o presidente Donald Trump anunciar amplas tarifas sobre parceiros comerciais, incluindo tarifas mais altas para Seul: 25%

— Esta é uma situação muito séria, em que uma guerra tarifária global se tornou realidade. O governo deve empenhar todas as suas capacidades para superar a crise comercial — disse Han a autoridades durante uma reunião convocada na quinta-feira, pouco após o anúncio das tarifas por Trump.

Reino Unido

No Reino Unido, o secretário de Comércio, Jonathan Reynolds, afirmou que o governo do primeiro-ministro Keir Starmer buscará manter a calma. O país ficou na faixa de menor taxação: 10%.

— Os EUA são nossos aliados mais próximos, então nossa resposta é manter a calma e o comprometimento em fazer uma acordo, que esperamos que mitigue o impacto do que foi anunciado hoje — disse Reynolds. — Temos uma gama de ferramentas à nossa disposição e não hesitaremos em agir. Continuaremos a nos envolver com as empresas do Reino Unido, inclusive em sua avaliação do impacto de quaisquer medidas adicionais que tomarmos.

Japão

O ministro japonês de Comércio afirmou que as tarifas anunciadas por Trump são "extremamente lamentáveis". O país foi taxado em 24%

Austrália

Para o premier australiano, Anthony Albanese, as tarifas “não são algo que um amigo faça”. Mas disse que não vai retaliar:

— Não entraremos em uma corrida para o fundo do poço que leva a preços maiores e crescimento mais lento.

Irlanda

O ministro do Comércio do país, Simon Harris, afirmou que "União Europeia e Irlanda estão prontas para encontrar uma solução negociada com os EUA". E acrescentou: "Negociação e diálogo são sempre o melhor caminho a seguir". Os produtos da União Europeia foram submetidos por Trump a uma tarifa de importação de 20%.

Colômbia

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, publicou no X que as novas taxas americanas podem ser "um grande erro". Seu país sofrerá um aumento tarifário de 10%.

Itália

"A introdução de tarifas à União Europeia é uma medida que considero ruim e que não convém a nenhuma parte", reagiu a primeira-ministra direitista Giorgia Meloni, em redes sociais. "Farei tudo o que puder para trabalhar por um acordo com os Estados Unidos, a fim de evitar uma guerra comercial que, inevitavelmente, enfraquecerá o Ocidente, em benefício de outros atores globais."

Espanha

O presidente do governo espanhol espanhol (cargo equivalente ao de primeiro-ministro), Pedro Sáchez, afirmou que seu país "protegerá suas empresas e trabalhadores e continuará comprometido com um mundo aberto."

Alemanha

A indústria automobilística alemã alertou que os impostos americanos "só criarão perdedores". "A União Europeia deve agir agora unida e com a força necessária, enquanto continua sinalizando sua disposição de negociar", expressou a Associação Alemã da Indústria Automotiva.

Via O Globo 

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