sábado, 12 de abril de 2025

DEPUTADOS BARRAM VEREADOR THIAGO MEDINA NA CHAPA DE FEDERAL DO PL-PE

A tensão interna no Partido Liberal (PL) em Pernambuco ganhou um novo capítulo com o veto à pré-candidatura do vereador recifense Thiago Medina à Câmara dos Deputados. A iniciativa de barrar o avanço de Medina partiu de três nomes influentes da legenda: os deputados federais Pastor Eurico, Coronel Meira e Fernando Rodolfo. O trio demonstrou unidade e firmeza ao articular, nos bastidores, uma barreira sólida contra a inclusão de Medina na chapa federal do partido, deixando claro que não pretendem dividir espaço ou prestígio político com o vereador na disputa por Brasília. A decisão, ainda que não oficializada em documentos públicos, já é tratada como irreversível por interlocutores próximos aos parlamentares, que veem em Medina uma ameaça à composição estratégica das nominatas e ao equilíbrio de forças no partido.

Sem espaço garantido na corrida pela Câmara dos Deputados, resta ao vereador buscar alternativa para seguir competitivo na eleição de 2026. Uma das possibilidades seria uma candidatura à Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde o campo de disputa, apesar de igualmente acirrado, poderia oferecer maiores chances de êxito. No entanto, essa manobra apresenta um novo impasse dentro do PL estadual. Thiago Medina é aliado direto do deputado estadual Renato Antunes, um dos quadros em ascensão da legenda na Alepe, o que tende a gerar conflitos e desconforto entre apoiadores e lideranças, já que os dois concorreriam ao mesmo tipo de voto no Recife e Região Metropolitana. A sobreposição de bases eleitorais e a disputa por apoios locais podem acirrar ainda mais os ânimos no partido, que enfrenta dificuldades para acomodar projetos pessoais sem provocar fraturas internas.

Entre os três deputados federais que articularam o veto a Medina, o Pastor Eurico é, paradoxalmente, o que se encontra em situação mais delicada. Nas últimas eleições, o parlamentar viu seu capital eleitoral encolher de forma significativa, perdendo votos e influência mesmo entre as bases evangélicas que sempre garantiram seu desempenho nas urnas. A ameaça de não reeleição se agrava com a possível entrada de Edilson Tavares, ex-prefeito de Toritama, na disputa por uma vaga na Câmara Federal. Tavares deve sair candidato pelo PP e já vem costurando apoios dentro da Assembleia de Deus, liderada pelo influente pastor Ailton José Alves — justamente o principal reduto político de Pastor Eurico. Caso esse cenário se concretize, o campo evangélico tende a se fragmentar, enfraquecendo ainda mais a já combalida estrutura de sustentação do atual deputado.

Em um ambiente de egos inflados e projetos em colisão, o PL se vê diante do desafio de evitar um racha interno que possa comprometer sua competitividade em 2026. O episódio envolvendo Medina, além de expor as disputas intestinas do partido, evidencia o esforço das lideranças em preservar seus espaços e evitar o surgimento de novos nomes que possam alterar a correlação de forças. Nos bastidores, a movimentação de Pastor Eurico, Meira e Rodolfo é vista como uma tentativa não apenas de proteger suas reeleições, mas também de manter sob controle as decisões estratégicas da sigla, mesmo que isso implique sacrificar quadros emergentes e provocar reações contrárias dentro do próprio partido.

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