segunda-feira, 28 de abril de 2025

ELEICOES INTERNAS DE PARTIDOS TRADICIONAIS EM PERNAMBUCO EXPÕE RIXAS, DIVISÕES E RACHAS DE LIDERANÇAS NA BUSCA E DESEJO PELO PODER, LIDERANÇA E PROTAGONISMO

Eleições internas de partidos tradicionais em Pernambuco expõem rixas de lideranças e desejo por protagonismo

O processo de renovação das lideranças partidárias em Pernambuco tem exposto as tensões internas e os caminhos divergentes de algumas das principais siglas do Estado. À medida que o calendário político avança, partidos como MDB e PT enfrentam disputas acirradas que ultrapassam a simples escolha de dirigentes e tocam diretamente no alinhamento estratégico para as eleições de 2026. No Movimento Democrático Brasileiro, o atual presidente estadual, Raul Henry, tenta garantir sua recondução ao comando da legenda, reforçando o compromisso com a Frente Popular, do prefeito do Recife, João Campos (PSB). Secretário de Relações Institucionais da prefeitura, Henry consolidou essa aproximação ainda antes das eleições municipais de 2024, mas agora enfrenta forte oposição interna liderada pelo deputado estadual Jarbas Filho, que, com o respaldo do pai, o ex-governador Jarbas Vasconcelos, e do senador Fernando Dueire, busca retomar o protagonismo do MDB no Estado, projetando uma nova aliança ao lado da governadora Raquel Lyra (PSD). A tensão chegou à opinião pública quando imagens de Jarbas foram usadas por Jarbas Filho em campanha contra Henry, gerando mal-estar e manifestações públicas da filha do ex-governador, que reforçou a neutralidade do pai no processo. A disputa interna, que se intensificou com ataques mútuos, está diretamente ligada à escolha do palanque presidencial para 2026, definindo se o MDB caminhará com a oposição ou com a atual gestão estadual, como analisa o cientista político Hely Ferreira. A eleição interna, inicialmente prevista para agosto, foi antecipada para 24 de maio por decisão da executiva nacional, comandada por Baleia Rossi, num movimento que busca evitar o agravamento da crise.

Enquanto isso, no Partido dos Trabalhadores, o cenário também é de efervescência. A recente ascensão de Humberto Costa à presidência nacional da legenda, após a saída de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, colocou sob sua responsabilidade o desafio de conduzir um processo eleitoral harmonioso, o que se mostra complicado no contexto local. Em Pernambuco, a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), dominante no partido, lançou a candidatura do deputado federal Carlos Veras para o comando estadual, com o apoio de figuras de peso como Humberto, Doriel Barros e, de forma discreta, da senadora Teresa Leitão. O nome de Veras é visto como uma tentativa de consolidar novas lideranças e recuperar espaços políticos após a frustrada tentativa de ser vice na chapa de João Campos em 2024. Apesar de Veras ser favorito, as tensões são mais evidentes na disputa pela direção do diretório municipal do Recife, onde várias alas se enfrentam em torno de diferentes nomes. A CNB aposta em Jairo Britto, enquanto os irmãos Osmar Ricardo e Oscar Barreto articulam apoio próprio, João Paulo defende a candidatura de Pedro Alcântara, e Paula Menezes reivindica uma chapa feminina. O racha, agravado desde o processo eleitoral de 2024, reflete a dificuldade do partido em dialogar com a capital e ameaça comprometer sua relevância política no município. As inscrições para o comando do PT Recife se encerram em 2 de maio, e para o estadual, no dia 9, enquanto o processo de eleições diretas nacionais ocorrerá em 6 de julho.

Nesse mesmo cenário de definições, o PSB de Pernambuco, sem grandes traumas, confirmou a recondução de Sileno Guedes à presidência estadual, enquanto João Campos, cada vez mais consolidado, surge como candidato único para liderar o partido no plano nacional. De outro lado, a governadora Raquel Lyra assumiu o comando do PSD estadual, alinhando sua legenda de forma estratégica para as eleições futuras. Já o PSDB, seu antigo partido, enfrentou intervenção nacional e viu o deputado Álvaro Porto ser confirmado como presidente estadual, em meio ao processo de fusão com o Podemos, o que gerou descontentamento de figuras como Marcelo Gouveia, presidente estadual do Podemos, que ameaça deixar a legenda caso a união prejudique seu alinhamento com a governadora. A movimentação intensa nos bastidores revela que, mais do que a simples renovação de quadros, está em curso uma profunda reorganização das forças políticas em Pernambuco, cujos efeitos serão decisivos para a construção dos palanques de 2026. É isso aí!

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