sábado, 26 de abril de 2025

EM FUNERAL DO PAPA FRANCISCO, LULA PEDE FIM DA GUERRA DA UCRÂNIA E DE MASSACRE EM GAZA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta sexta-feira, em Roma, das solenidades que marcaram o funeral do papa Francisco, reunindo cerca de 50 chefes de Estado na capital italiana. Em meio a uma atmosfera de emoção e reverência, Lula prestou homenagem pública ao pontífice, ressaltando o legado de humanidade e compromisso social deixado por Francisco. Em sua fala, o presidente expressou profunda admiração pela trajetória do líder religioso, destacando seu papel como defensor dos pobres e dos marginalizados. Lula afirmou que considerava a participação no funeral uma dívida de gratidão ao papa, pela importância dos serviços prestados à humanidade. "Quisera Deus que o próximo papa fosse igual a ele, com o mesmo coração dele", disse o petista, ao mencionar o desejo de que o sucessor de Francisco mantenha o mesmo espírito de luta contra as desigualdades sociais.

A cerimônia reuniu líderes de diversos países, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o da Argentina, Javier Milei, além do presidente brasileiro. Durante a estadia em Roma, Lula comentou sobre o encontro que Trump e Zelensky tiveram momentos antes da missa, dentro da Basílica de São Pedro, mas evitou especular sobre o teor da conversa. Questionado por jornalistas, limitou-se a dizer que, independentemente do conteúdo, a importância está no fato de que haja diálogo entre as partes envolvidas na guerra entre Rússia e Ucrânia. Para Lula, a continuidade do conflito já perdeu sentido e a falta de esforços concretos pela paz gera perplexidade no cenário internacional.

O presidente brasileiro reafirmou a posição do país de que a solução para a guerra passa obrigatoriamente pela diplomacia e pelo diálogo direto, sem imposições externas. Segundo ele, é essencial que Rússia e Ucrânia, juntamente com seus aliados, busquem uma saída negociada para a crise, assim como considera urgente o fim da violência promovida por Israel na Faixa de Gaza. Ao comentar a situação de Gaza, Lula classificou as ações israelenses como inaceitáveis e ressaltou a necessidade de negociações que envolvam todos os atores do conflito.

Apesar de Trump ter participado da cerimônia fúnebre, Lula revelou que não o cumprimentou. Disse que, no momento em que poderia haver contato, estava focado nas questões logísticas de segurança para a saída da comitiva brasileira, em meio à intensa movimentação no Vaticano. "Eu não vi o Trump, na verdade", afirmou Lula, que destacou que não houve qualquer tipo de interação entre eles. As relações entre Brasil e Estados Unidos, segundo Lula, continuam sendo acompanhadas, sobretudo em razão das recentes declarações do ex-presidente norte-americano. Em entrevista publicada no dia anterior, Trump criticou o que chamou de "tarifaço" aplicado por países como o Brasil sobre produtos importados dos Estados Unidos, alegando que isso teria contribuído para o enriquecimento de algumas nações em detrimento da economia americana.

A participação de Lula no funeral do papa Francisco também foi interpretada por assessores como uma demonstração de respeito ao papel político e espiritual do pontífice, especialmente pelos seus posicionamentos em defesa dos mais vulneráveis. Ao deixar Roma, Lula afirmou que retornava ao Brasil com a consciência tranquila de ter prestado uma última homenagem a um homem que, para ele, se destacou tanto no campo da fé quanto na luta por justiça social, valores que o presidente brasileiro considera fundamentais para o mundo contemporâneo.

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