O futebol brasileiro perdeu, nesta terça-feira, um dos maiores nomes de sua história debaixo das traves. Haílton Corrêa de Arruda, conhecido mundialmente como Manga, faleceu aos 87 anos no Rio de Janeiro. O ex-goleiro estava internado no Hospital Rio Barra, na Barra da Tijuca, e teve sua morte confirmada pelas redes sociais do Botafogo, clube onde se consagrou ídolo. A causa do falecimento não foi divulgada até o momento, mas o presidente do Botafogo anunciou que o salão nobre de General Severiano será disponibilizado para o velório, numa última homenagem a um dos maiores arqueiros que o clube já teve. Nascido no Recife, Manga começou sua trajetória profissional no Sport Club do Recife, antes de chegar ao Alvinegro carioca em 1959. Em quase uma década defendendo a meta do Botafogo, foi peça fundamental em uma das eras mais gloriosas da história do clube, dividindo campo com lendas como Garrincha, Zagallo, Amarildo e Quarentinha. Pelo clube da Estrela Solitária, conquistou dois bicampeonatos cariocas – nos anos de 1961/62 e 1967/68 – e se eternizou como um dos grandes nomes do futebol brasileiro da década de 1960. Com seu estilo aguerrido, seguro e de defesas improváveis, Manga também escreveu seu nome na história da Seleção Brasileira, da qual foi titular durante a Copa do Mundo de 1966, disputada na Inglaterra. Após deixar o Botafogo, seguiu carreira internacional, defendendo o Nacional do Uruguai de 1969 a 1974, período em que alcançou feitos históricos, como a conquista da Taça Libertadores e da Copa Intercontinental de 1971, além de quatro Campeonatos Uruguaios. O sucesso internacional o trouxe de volta ao Brasil em grande estilo: contratado pelo Internacional de Porto Alegre, Manga se tornou peça-chave no time colorado que conquistou os Campeonatos Brasileiros de 1975 e 1976. Sua liderança e experiência foram fundamentais para que o Inter se tornasse uma potência nacional, encerrando a hegemonia dos clubes do eixo Rio-São Paulo na elite do futebol brasileiro. Mesmo na reta final da carreira, ainda teve passagens por Operário-MS, Coritiba, Grêmio e encerrou sua vitoriosa trajetória no Barcelona de Guayaquil, no Equador, em 1982. Tamanha a importância de Manga para o futebol nacional que, em sua homenagem, o Brasil instituiu o Dia do Goleiro em 26 de abril – data de seu nascimento. Sua morte representa não apenas a despedida de um atleta consagrado, mas o fim de uma era em que o futebol brasileiro viu surgir um goleiro que revolucionou a posição com reflexos apurados, postura imponente e atuações memoráveis em momentos decisivos.
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