NA LUPA 🔎
BLOG DO EDNEY
Por Edney Souto
A DIREITA PRECISA DE PROJETO CONCRETO PARA VOLTAR AO PALÁCIO DO PLANALTO EM 2027
O cenário político brasileiro começa a se redesenhar para 2026, e um recado parece cada vez mais claro: bravatas e discursos radicais não são mais suficientes para conquistar o eleitorado. A direita, que sonha em retomar o comando do Palácio do Planalto, terá que apresentar algo além de críticas e slogans inflamados, precisará construir e oferecer ao país um projeto de governo robusto, sério e exequível. Vamos dar uma analisada aqui NA LUPA desta terça-feira.
ALERTA - A recente condenação dos chamados "patriotas" pelo Supremo Tribunal Federal (STF), muitos deles envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, serviu como uma espécie de alerta para o eleitor médio. Mesmo entre os mais conservadores, começa a emergir um sentimento de realidade: sem propostas consistentes, o projeto político da direita corre o risco de permanecer apenas nos palanques e nas redes sociais.
CRÍTICAS AO RIGOR DAS PENAS - Embora haja, de fato, críticas sobre o rigor da dosimetria das penas impostas aos réus, pesquisas recentes indicam que a maioria da população é contra a anistia dos envolvidos. Isso sinaliza que, para grande parte dos brasileiros, os episódios que atentaram contra a democracia ainda pesam negativamente na avaliação dos grupos que, de alguma forma, os inspiraram ou se omitiram em condená-los com veemência.
ACORDO SENADO/CÂMARA- Paralelamente, articulações nos bastidores do Congresso indicam movimentos para revisar as penas aplicadas. Parlamentares como Hugo Mota (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) já discutem ajustes na dosimetria, em nome do equilíbrio e da razoabilidade jurídica. No entanto, ainda que tais medidas tenham sucesso, o desgaste político já está dado — e o custo para a direita será alto se não houver uma guinada estratégica em sua atuação.
O POVO QUER PROPOSTAS - O tempo corre. A direita que aspira governar o Brasil em 2027 precisa urgentemente abandonar a retórica do "contra tudo e contra todos", que dominou o ambiente político nos últimos anos. Precisa formular, debater e apresentar propostas efetivas para temas centrais como saúde, educação, segurança pública, desenvolvimento econômico, meio ambiente e políticas sociais. O discurso de negação da realidade, da guerra cultural incessante, e da polarização sem conteúdo tende a ser cada vez mais rejeitado pelo eleitor mais moderado, que deseja soluções práticas para problemas reais.
PT ENFRENTA DESAFIOS - Do outro lado, o Partido dos Trabalhadores (PT), atualmente no poder com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também enfrenta seus próprios desafios. A euforia inicial da volta de Lula deu lugar a uma cobrança por resultados palpáveis. Diante de uma conjuntura econômica mundial desfavorável e de um Congresso Nacional menos receptivo, o PT precisará entregar avanços concretos em um curto espaço de tempo se quiser permanecer competitivo nas eleições de 2026. Os casos de corrupção envolvendo o INSS necessita de apuração e punição rigorosa para manter a bandeira da ética.
GOVERNO LULA ESTÁ INERTE - Fontes próximas ao Palácio do Planalto admitem que há preocupação com a dificuldade de materializar promessas de campanha diante da lentidão burocrática e da resistência política em diversas frentes. Os principais aliados já falam em "milagres" administrativos para reverter cenários adversos antes da abertura oficial das urnas. Para a direita, portanto, a janela de oportunidade existe, mas não será preenchida com velhos métodos. A aposta em lideranças capazes de dialogar com o centro, respeitar as instituições e apresentar um projeto de nação viável será decisiva.
NOMES DA DIREITA - Na direita nomes já começam a ser cogitados para esse novo perfil — políticos menos polarizadores, com discurso programático, habilidade de costura política e imagem pública menos associada a radicalismos. Ratinho Júnior, Ronaldo Caiado. Romeu Zema e Tarcísio de Freitas podem se unir em torno de único nome.
RECADO - o recado do eleitorado é direto: sem um plano estrutural convincente, a direita permanecerá à margem do poder. A busca por um novo discurso, mais propositivo e construtivo, será crucial. Falar à razão do brasileiro, e não apenas à sua indignação, poderá ser a chave para quem deseja novamente dar as cartas no Palácio do Planalto em 2027.
A corrida já começou. É isso aí.
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