quinta-feira, 10 de abril de 2025

PRESO O EXECUTOR PROFISSIONAL DE ZEZINHO DO OURO, MAIS MUITOS MISTÉRIOS CERCAM O CASO

Leonardo Ferreira Silva foi preso na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, numa operação conjunta das polícias civis de Minas e São Paulo. Ele é o autor confesso do assassinato de José Gonzaga Moreira, conhecido como Zezinho do Ouro, ocorrido em 7 de novembro do ano passado na zona norte da capital paulista. Zezinho mantinha um canal no YouTube onde fazia denúncias, especialmente envolvendo autoridades da cidade de Correntes, no Agreste de Pernambuco, sua terra natal. De acordo com as investigações, o crime foi meticulosamente planejado. Imagens de câmeras de segurança mostram Leonardo entrando no prédio em que Zezinho morava, autorizado pelo próprio, que acreditava estar recebendo um homem disposto a relatar um caso de abuso sexual envolvendo pessoas influentes em Correntes. A entrada tranquila não despertou suspeitas, e os dois subiram juntos até o apartamento da vítima.
Lá, permaneceram por cerca de duas horas conversando. Segundo o depoimento de Leonardo à polícia, esse período serviu para ganhar a confiança de Zezinho e confirmar sua identidade antes de executar o serviço. Após esse tempo, os dois desceram juntos. Zezinho o acompanhou até o hall de entrada, em um gesto cordial de despedida. Foi nesse momento que Leonardo sacou uma arma e efetuou os disparos que tiraram a vida do comunicador, ainda dentro do prédio. A execução fria e direta deixou poucas dúvidas sobre o caráter profissional do crime. Leonardo revelou às autoridades que foi contratado por um intermediário, a quem não identificou, para matar Zezinho. O valor acordado foi de R$ 50 mil, mas, até sua prisão, ele havia recebido apenas R$ 10 mil. O pistoleiro relatou ainda que já se preparava para localizar o mandante e cobrar o restante da quantia, demonstrando ressentimento com quem o contratou.
Além do homicídio de Zezinho, Leonardo é acusado de envolvimento em outro assassinato em Uberlândia e admitiu ter cometido crimes em São Paulo, Minas Gerais e Gravatá, em Pernambuco. Em sua residência, foram apreendidas armas de fogo, grande quantidade de munições, cocaína e maconha. O material reforça as suspeitas de que Leonardo atuava como pistoleiro e mantinha ligações com o tráfico de drogas. A polícia agora concentra esforços em descobrir quem está por trás do crime. A complexidade do caso aumenta com o histórico da própria vítima. Zezinho do Ouro respondia, no momento de sua morte, a 43 inquéritos e 49 processos, incluindo acusações de roubo, estelionato e grilagem de terras. Ainda assim, sua atuação como denunciante e figura polêmica nas redes sociais o tornava alvo de ameaças constantes. Sua morte expôs uma trama densa de vinganças, disputas de poder e silenciamento, cuja raiz pode estar em interesses contrariados por suas denúncias públicas. A investigação continua sob sigilo, com foco na identificação do mandante e nos possíveis motivos por trás da execução.

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