O caso que comove o Maranhão e tem gerado grande reperberação nacional ganhou um novo desdobramento na última sexta-feira, 18 de abril de 2025, quando a Justiça decretou a prisão preventiva de Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos. Ela é a principal suspeita de envolvimento na morte de uma criança de 7 anos em Imperatriz, no sudoeste maranhense, após o consumo de um ovo de Páscoa supostamente envenenado. O episódio, marcado por elementos de premeditação e forte comoção, envolve ainda duas outras vítimas, a mãe do menino, Mirian Lira, e sua filha de 13 anos, que seguem internadas em estado grave. Jordélia foi presa no momento em que retornava para a cidade onde reside e, após audiência de custódia, foi encaminhada ao presídio de Santa Inês. A transferência para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, deve ocorrer nos próximos dias.
De acordo com o inquérito conduzido pela Polícia Civil, Jordélia, que é ex-companheira do atual namorado de Mirian, teria se hospedado em um hotel da cidade na véspera do crime. Usando uma peruca e óculos escuros para ocultar sua identidade, ela comprou o ovo de Páscoa em uma loja especializada e o enviou como um presente, por meio de um motoboy, para a casa da família de Mirian. A vítima relatou às autoridades que recebeu uma ligação de uma mulher desconhecida, pouco depois da entrega, perguntando se o presente havia sido recebido. O detalhe da ligação é considerado crucial pelos investigadores, que acreditam se tratar de uma tentativa de confirmar o consumo do doce envenenado.
A prisão preventiva de Jordélia foi requerida com base em indícios de materialidade e autoria, bem como no risco que sua liberdade poderia representar ao curso das investigações. Embora ela tenha confessado a compra do chocolate, negou veementemente ter adicionado qualquer substância ao produto. A versão, no entanto, não convenceu os investigadores, que já colhem depoimentos e aguardam o laudo toxicológico da perícia, fundamental para comprovar a presença de agentes químicos no doce. O corpo do menino foi submetido a exames detalhados, e amostras do ovo de Páscoa foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística do Estado.
O delegado responsável pelo caso confirmou que há forte indício de motivação passional, considerando o histórico entre Jordélia e o atual companheiro de Mirian, o que levanta a hipótese de crime por vingança ou ciúmes. A compra do ovo em um estabelecimento comercial e o envio via motoboy, com disfarce e contato telefônico posterior, são elementos que reforçam a tese de um plano arquitetado com antecedência. Familiares das vítimas prestaram depoimento e relataram que não mantinham contato com Jordélia, o que aumenta o mistério sobre como a suspeita obteve o endereço da família e organizou toda a logística do crime.
Enquanto a cidade de Imperatriz ainda tenta assimilar o impacto da tragédia, a mãe e a irmã do menino seguem hospitalizadas sob cuidados intensivos. O estado de saúde das duas é considerado grave, mas estável, segundo boletim médico divulgado na manhã deste sábado. A repercussão do caso gerou pedidos de justiça por parte de moradores e movimentos sociais locais, que cobram celeridade na apuração dos fatos e punição exemplar à responsável. A investigação prossegue com a coleta de provas materiais, testemunhais e perícia técnica, que devem definir com precisão o que levou à morte da criança e à intoxicação das demais vítimas.
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